27º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

SÉRIE DE CASOS DE CORREÇÃO DE INTERRUPÇÃO DO ARCO AÓRTICO EM PACIENTES PÓS PROCEDIMENTO HÍBRIDO UTILIZANDO O CANAL ARTERIAL

Introdução e/ou Fundamentos

A reconstrução do arco aórtico em pacientes portadores de interrupção do arco aórtico (IAAo) é um grande desafio cirúrgico, principalmente quando a distância entre as extremidades aórticas é significativa. Este trabalho descreve 2 casos em que foi realizada técnica alternativa com o uso do canal arterial revestido com stent intraluminal como meio de comunicação entre os cotos aórticos em que houve sucesso no seguimento a médio-longo prazo.

Relato do Caso

Caso 1: Paciente com síndrome de DiGeorge associada a IAAo tipo B e comunicação interventricular (CIV), realizou procedimento híbrido no período neonatal e com 6 meses de vida realizou debandagem das artérias pulmonares, ventriculosseptoplastia e reconstrução do arco aórtico com anastomose término lateral de canal arterial, com stent intacto em seu interior, em porção láteromedial esquerda da aorta ascendente. Atualmente paciente com 12 meses de pós-operatório, é normotenso e apresenta pulsos periféricos simétricos nos 4 membros. Ecocardiograma demonstra fluxo com gradiente baixo através da anastomose canal arterial-aorta descendente. Caso 2: Paciente portador de IAAo tipo B e CIV, realizou procedimento híbrido no período neonatal e com 8 meses de vida foi submetido à mesma abordagem cirúrgica do caso acima. Atualmente com 3 meses de pós-operatório, sem sinais clínicos ou ecocardiográficos de estenose/coartação.

Conclusões

A IAAo compreende 1,5% das cardiopatias congênitas, sendo o tipo B o mais comum e frequentemente relacionado à síndrome genética. Em ¾ dos casos há CIV associada. O tratamento é cirúrgico e pode ser feito reparo primário ou correção em dois estágios com procedimento híbrido ou aortoplastia e bandagem das artérias pulmonares. As técnicas cirúrgicas mais conhecidas são a anastomose primária entre o arco aórtico e aorta descendente quando o comprimento do segmento interrompido e a mobilização das estruturas permitem; reconstrução do arco com homoenxerto; ou implante de condutos para unir as duas extremidades aórticas. No caso descrito, foi realizado o redirecionamento do fluxo da aorta ascendente para a descendente utilizando o canal arterial com stent intraluminal como conduto através de anastomose látero-terminal como alternativa cirúrgica em pós operatório de procedimento híbrido. Nos 2 casos descritos havia distância significativa entre os segmentos aórticos de aproximadamente 2 cm conforme os achados de angiotomografia.

Área

Relato de caso

Autores

Adriane Mara Lima, Milena Bancer Gabe, Júlia Merladete Fraga, Tulio Enrique Carriazo Galindo, Daniel Hoyer, Carlo Benatti Pilla, Luisa Pigatto Kalil, Andrea Tomasi Sutil, Lívia da Rosa Pauletto, Paulo Roberto Prates