27º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇÃO CLÍNICA E DO DESFECHO DE PACIENTES PORTADORES DE BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR TOTAL CONGÊNITO EM UM SERVIÇO UNIVERSITÁRIO ESPECIALIZADO

Introdução e/ou Fundamentos

O bloqueio atrioventricular congênito (BAVT) tem prevalência estimada em 1/15.000 nv estando associado a cardiopatia congênita (CC) complexas em até 50% dos casos. Nas formas isoladas, está associado à presença de auto-anticorpos maternos em até 80% dos casos. Embora rara, a condição apresenta alta mortalidade e morbidade, com evolução para cardiomiopatia dilatada, insuficiência cardíaca e necessidade de implante de marcapasso em uma parcela considerável dos pacientes. O estudo avaliou o perfil epidemiologico e demográfico bem como evolução dos pacientes. 

Métodos

Estudo retrospectivo, descritivo de corte transversal em população de pacientes acompanhados em hospital terciário diagnosticados com BAVT de etiologia congênita entre os anos de 2009 e 2019. Variáveis numéricas foram expressas por média, desvio padrão e mediana e a correlação foi verificada pelo teste t de Student (distribuição normal) e teste de Mann-Whitney (distribuição não normal). Variáveis qualitativas foram representadas por frequência absoluta e relativa e analisadas por testes de Qui-quadrado ou exato de Fisher. O nível de p < 0,05 foi considerado significativo.

Resultados e Conclusões

RESULTADOS: Foram identificados 25 pacientes portadores de BAVT congênito entre os anos de 2009 e 2019. Em 60% dos casos o diagnóstico foi pré-natal, e daqueles com diagnóstico pós-natal, a mediana de idade ao diagnóstico foi de 5 anos. Em 56% dos pacientes havia associação do BAVT com CC, e 30% com anticorpos maternos anti-Ro e anti-La positivos. Não houve associação entre presença de anticorpos maternos com CC complexa. Marcapasso foi implantando em 64% dos pacientes durante o seguimento, sendo a maioria durante o período neonatal (64%). Uso de alprostadil após o nascimento e o diagnóstico de hipoplasia ventricular ou ventrículo único apresentaram correlação significativa com o desfecho de morte. Dentre aqueles que tiveram implante de marcapasso, a frequência cardíaca menor do que 60 bpm (p= 0,016) esteve significativamente associada à indicação de marcapasso, e o diagnóstico pré-natal (p=0,0003) esteve associado ao implante nos primeiros 30 dias de vida. Houve diferença significativa (p=0,01) na melhora da classe funcional após o implante do marcapasso. CONCLUSAO: O BAVT congênito é uma patologia pouco frequente na população geral, mas que acarreta impactos significativos na qualidade de vida da população afetada, além de demandar assistência médica especializada.

Palavras Chave

Bloqueio atrioventricular; Cardiopatias congênitas; Marcapasso artificial

Área

Arritmia e eletrofisiologia

Instituições

UNICAMP - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS - São Paulo - Brasil

Autores

GIULIA CARDOSO MASSOTTI, MARIANA ABREU ANDRADE, GABRIELLA LUCATO ZUNTA, JOSE FELIPE SCARLATI DOMINGUES, MARCIO JANSEN DE OLIVEIRA FIGUEIREDO, FERNANDO PIZA DE SOUZA CANNAVAN, ALINE POTRICH POLETINI, PRISCILA FACANHA MARUOKA, ANA PAULA DAMIANO