27º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

Parâmetros ecocardiográficos relacionados à necessidade de fluxo pulmonar adicional em pacientes com atresia ou estenose crítica da valva pulmonar e septo interventricular íntegro tratados por valvoplastia pulmonar percutânea

Introdução e/ou Fundamentos

A estenose valvar pulmonar crítica (EPC) e atresia da valva pulmonar com septo interventricular íntegro (APSI) podem apresentar diferentes graus de hipertrofia e hipoplasia do ventrículo direito (VD). A valvoplastia pulmonar percutânea com balão (VPPB) é o tratamento de escolha quando não há hipoplasia acentuada do VD ou circulação coronariana dependente de pressão nesta cavidade. Parte dos pacientes necessitam de fluxo pulmonar adicional para manter saturação adequada após a VPPB.  Dados ecocardiográficos associados a este desfecho são escassos e o uso de técnicas avançadas para este fim ainda não foi relatado.

Métodos

Trata-se de estudo observacional prospectivo com 23 portadores EPC e APSI submetidos a VPPB, 10 com implante de fluxo pulmonar adicional (VPPB+shunt) e 13 sem (VPPB). Foram realizados ecocardiogramas antes (PRÉ) e imediatamente após (PÓS) a VPPB.

Resultados e Conclusões

RESULTADOS: Os 10 pacientes do grupo VPPB+shunt eram portadores de APSI ou foram submetidos previamente à valvoplastia pulmonar fetal e no grupo VPPB 11/13 tinham EPC (p < 0,001). No momento PÓS observamos redução do diâmetro diastólico (DD) do VD no grupo VPPB+shunt e manutenção ou aumento no grupo VPPB em relação ao exame PRÉ (-1,4+-0,2 x +0,9+-0,2mm, p 0,012), com diferença na relação de diâmetros dos ventrículos DDVD/DDVE (0,59+-0,16 x 0,65+-0,19, p 0,017) e dos anéis tricúspide e mitral (0,69+-0,24 x 0,89+-0,23, p 0,015), menores no grupo VPPB+shunt. Encontramos no exame PÓS maior duração da onda A na veia supra-hepática (133+-16,4 x 106+-46,9ms, p 0,035), menor tempo de relaxamento isovolumétrico do VD (24,8+-17,2 x 46,2+-22,7ms, p 0,042) e maior velocidade da onda diastólica anterógrada pulmonar (0,86+-0,31 x 0,36+-0,25m/s, p < 0,001) no grupo VPPB+shunt. O escore z da excursão do plano da valva tricúspide na sístole (TAPSEz) foi maior no grupo VPPB (-0,8+-2,6 x -3,39+-3, p 0,042), e também a relação entre os débitos cardíacos (DC) dos ventrículos DCVD/DCVE (1,11+-0,45 x 0,68+-0,25, p 0,02) ambos aferidos no PÓS.

CONCLUSÃO: Pacientes com EPC tem menor probabilidade de necessitar de fluxo pulmonar adicional após a VPPB e pacientes com VDs menores e com função diastólica mais comprometida estão mais associados a desfecho.

Palavras Chave

Atresia pulmonar com septo íntegro; Estenose valvar pulmonar crítica, Fluxo pulmonar adicional, Ecocardiograma, Strain miocárdico

Área

Imagem cardiovascular na cardiopatia congênita e adquirida

Autores

Maria Fernanda Silva Jardim, Simone Rolin Fontes Fernandes Pedra, Carlos Augusto Pedro, Rodrigo Nickel da Costa, Jorge Eduardo Assef