27º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

Criação percutânea de fenestrações via trans hepática no conduto extra cardíaco no PO tardio de Fontan

Introdução e/ou Fundamentos

Introdução: Pacientes submetidos a cirurgia de Fontan podem apresentar complicações tardias devido a congestão venosa crônica. A criação de fenestrações nos condutos sem  fenestrações pode, teoricamente, atenuar a congestão venosa e melhorar as condições clínicas já que leva a aumento do débito cardíaco sistêmico a despeito de leve dessaturação. A literatura é controversa sobre a eficácia deste tipo de procedimento. 

Objetivo: Relatar nossa experiência com a criação percutânea de fenestrações usando uma nova técnica por via trans hepática. 

Métodos

Métodos: Estudo observacional de pacientes com complicações tardias de Fontan extra cardíaco não fenestrado (hepatopatia, enteropatia perdedora de proteína, ICC direita). A via transhepática foi obtida por punção percutânea usando fluoroscopia e contraste. Por dentro de uma bainha longa 8Fr uma agulha de punção transeptal foi avançada para perfuração mecânica do conduto. Stents revestidos de 5-7 mm foram usados para criação da fenestração. O ecocardiograma transesofágico (ETE) foi empregado na monitoração. O trajeto hepático foi ocluído com plugs. Anticoagulação vs antiplaquetários ficou a critério clínico. Parâmetros clínicos e laboratoriais foram aplicados no seguimento para avaliar os desfechos. 

Resultados e Conclusões

Resultados: Seis pacientes (mediana idade 10 anos) foram submetidos ao procedimento com sucesso e sem complicações. Três deles apresentavam sinais e sintomas de enteropatia perdedora de proteínas (EPP) e os outros ICC direita. Não foram observadas altas pressões no conduto. Um ótimo ângulo de ataque para perfuração na porção inferior do conduto foi obtido em todos os casos. Ao ETE todas as fenestrações apresentavam fluxo adequado D-E pelo stent após implante. A saturação caiu de 92 +/- 3 para 85 +/- 2%. Não houve sangramentos ou hematomas no fígado. Houve melhora clínica inicial em todos os pacientes com redução da congestão venosa. Apesar disto, não houve remissão da EPP nos 3 pacientes (apesar de melhoria laboratorial). Em um destes houve oclusão tardia do stent não sendo possível sua recanalização. 

Conclusões: A via trans hepática proporcionou um ótimo ângulo de ataque para criação percutânea de fenestrações com stents em condutos não fenestrados no Fontan. Esta técnica foi segura em nossas mãos, mas sua eficácia foi errática. Estudos adicionais de longo prazo são necessários para avaliar o impacto clínico da criação destas fenestrações nestes difíceis pacientes.  

Palavras Chave

Área

Hemodinâmica e cardiologia intervencionista

Instituições

Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia - São Paulo - Brasil

Autores

Carlos Augusto Cardoso Pedra, Carlos Augusto Cardoso Pedra, Rodrigo Nieckel da Costa, Rodrigo Nieckel da Costa, Marcelo Silva Ribeiro, Marcelo Silva Ribeiro, Daniela Kreuzig, Daniela Kreuzig, Wanda Teixeira Nascimento, Wanda Teixeira Nascimento, Luis Otávio Campanha Sant'Anna, Luis Otávio Campanha Sant'Anna, Talita Lima Ribeiro, Talita Lima Ribeiro, Tathiane Davoglio, Tathiane Davoglio, Luis Cavalcanti Lima, Luis Cavalcanti Lima, Simone Rolim Fontes Pedra, Simone Rolim Fontes Pedra