27º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

STRAIN LONGITUDINAL GLOBAL DO VENTRÍCULO ESQUERDO EM PORTADORES DE CARDIOPATIAS CONGÊNITAS

Introdução e/ou Fundamentos

A disfunção contrátil sistólica do ventrículo esquerdo é fator de risco independente para o desenvolvimento de morbidade e mortalidade. A realização de um método capaz de informar com maior precisão a função sistólica é importante para a estratificação de risco cardiovascular.

O emprego da técnica de speckle tracking utilizando o modo bidimensional para aferir o strain regional e global é uma ferramenta com forte correlação clínica com a função sistólica ventricular. A modalidade Strain Longitudinal Global (SLG) é parâmetro mais robusto e concordante mesmo se utilizando softwares variados.

Assim, objetivamos avaliar os valores do SLG em pacientes com cardiopatia congênita no ecocardiograma pré-operatório, comparando com valores da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) obtidos pelos métodos de Teicholz e/ou método Simpson modificado, e correlacionando-os com os dados obtidos no pós-operatório.

Métodos

No período de 01 de junho de 2021 a 30 de julho de 2022, 41 pacientes foram submetidos a cirurgia cardíaca. Comparou-se o SLG do ventrículo esquerdo com os métodos tradicionais de avaliação da função sistólica do ventrículo esquerdo no período pré-operatório.

Cinquenta e seis por cento dos pacientes eram do sexo feminino, 10 crianças apresentavam cardiopatias cianogênicas e 31 acianogênicas. A média da FEVE pelo método de Teicholz foi 67,13%, Simpson 61,7% e do SLG -20,3%. Também foram coletados: tempo de circulação extracorpórea (CEC), período de intubação, dias em uso de drogas vasoativas (DVA), tempo de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e tempo total de dias de internação hospitalar.

Resultados e Conclusões

Houve correlação linear (correlação de Pearson) entre a FEVE pelo método de Teicholz e Simpson no período pré-operatório, porém não houve correlação linear entre a FEVE calculada por esses métodos e o SLG. Sobre os dados de pós-operatório, não houve correlação entre o SLG e o tempo de CEC, período de intubação, dias de necessidade de DVA e tempo de internação em UTI. Mas houve correlação linear entre o SLG e o total de dias de internação hospitalar (Figura 1).

CONCLUSÃO: A ​correlação positiva entre o SLG e a função do ventrículo esquerdo sugere que crianças com melhor função contrátil apresentam menor tempo de internação hospitalar.

Figura 1. Correlação linear entre o Strain longitudinal global (SLG)e o período total de internação demonstrando que pacientes com melhor SLG apresentaram menor tempo de internação hospitalar.

Palavras Chave

Área

Imagem cardiovascular na cardiopatia congênita e adquirida

Autores

FABIANA NAKAMURA AVONA, ULISSES ALEXANDRE CROTI, RAFAEL DA SILVA POLICARPO, CAMILA CAETANO CARDOSO, BIANCA ALVES FERREIRA PAULINO MAIA, NATALIA BUZZO, ALEXANDRA REGINA SISCAR BARUFI, KAROLYNE BARROCA SANCHES POSTIGO, CARLOS HENRIQUE DE MARCHI