27º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

Pseudoaneurisma de artéria pulmonar como complicação cirurgia de Blalock-Taussig modificado.

Introdução e/ou Fundamentos

A cirurgia de Blalock-Taussig modificado (BTM)  pode ser indicada em cardiopatia cianogênica de hipofluxo pulmonar com objetivo de minimizar quadro de hipóxia e favorecer o desenvolvimento da árvore pulmonar resultando em condição clínica e anatômica mais favorável para cirurgia futura. No entanto, diversas complicações nas artérias pulmonares são relatadas no pós-operatório, como distorções, tromboses.

Relato do Caso

Relatamos o caso de S.J.P, 2 anos e 11 meses, com diagnóstico de atresia pulmonar com comunicação interventricular e colaterais sistêmicos pulmonares submetida à cirurgia de Blalock Taussig modificado à esquerda e unifocalização de colateral à esquerda com 2 anos e 5 meses. Em internação devido a endocardite observado em angiotomografia pseudoaneurisma de artéria pulmonar esquerda (APE) e obstrução de shunt central. Paciente evoluiu com disfunção biventricular e dependência de drogas vasoativas. Observado em ressonância magnética cardíaca formação arredondada junto a margem posterior do terço distal da APE, apresentando ávida impregnação pelo meio de contraste, seguindo o pool sanguíneo, sugestiva de pseudoaneurisma, com diâmetro 44x31x31mm  e volume 22 cm³. Além disso, disfunção biventricular com fração de ejeção de ventrículo direito 15% e do esquerdo 26%, e falha de enchimento do shunt de BTM à esquerda, correspondendo a trombose. Diante de disfunção biventricular importante, não indicado abordagem cirúrgica de cardiopatia de base ou do aneurisma de APE e por árvore pulmonar desfavorável não indicado transplante cardíaco. Por conta de anatomia também não indicado abordagem por hemodinâmica.

Conclusões

A formação de um pseudoaneurisma após realização de BTM é rara, porém de elevada mortalidade e um grande desafio diagnóstico e cirúrgico. O pseudoaneurisma pode ocorrer em qualquer uma das extremidades do shunt, tanto subclávia quanto pulmonar.   Fatores de risco como infecção, degeneração arterial, enfraquecimento da parede arterial ou do enxerto e técnica de sutura inadequada, levam a deiscência da sutura do “shunt” da parede arterial formando o pseudoaneurisma. O shunt não necessariamente está patente para formar o pseudoaneurisma. A apresentação clínica pode variar de assintomático, ou  mimetizando oclusão do shunt com piora de cianose e insuficiência respiratória, síndrome da veia cava superior ou até mesmo hemoptise secundária a ruptura. Neste caso, o diagnóstico do pseudoaneurisma foi um achado secundário na avaliação do fluxo do shunt.

Área

Relato de caso

Instituições

Instituto do Coração - HC- FMUSP - São Paulo - Brasil

Autores

Gabriela Siqueira Barbosa, Amanda Mendes Cruzera, Ully Bragança Barbosa, Helio Milani Pegado, Rhayssa Barbosa de Vasconcelos, Walther Yoshiharu Ishikawa, Christiane Kawano, Jose Fernando Cavalini, Nayanne Nancy de Castro Vieira da Costa, Adailson Wagner da Silva Siqueira