27º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

FÍSTULA DA ARTÉRIA CORONÁRIA ASSINTOMÁTICA: UM RELATO DE CASO

Introdução e/ou Fundamentos

A Fístula da Artéria Coronária (FAC) é uma comunicação vascular anômala entre coronárias e cavidades cardíacas ou qualquer segmento da circulação pulmonar ou sistêmica, sem a presença de uma rede capilar. A FAC é comumente de natureza congênita e afeta cerca de 0,02% da população.

Relato do Caso

Este artigo relata o caso de uma criança J.C.M., 3 anos e 5 meses, sexo feminino, natural e procedente de Maranguape-CE, que, aos 6 meses de idade, teve um sopro cardíaco contínuo detectado durante uma consulta de rotina com o pediatra. Inicialmente, suspeitou-se de persistência do canal arterial (PCA), sendo encaminhada para a realização de um ecocardiograma com doppler que mostrou um coração anatomicamente normal, com dimensão e função sistólica biventriculares preservadas, sem sinais de isquemia. No entanto, foi visualizada uma imagem sugestiva de fístula coronário-cameral. O diagnóstico foi confirmado por meio de uma angiotomografia contrastada das artérias coronárias, que evidenciou dilatação em tronco da coronária esquerda e descendente anterior; coronária direita com origem anômala no terço médio, dilatada difusamente, com trajeto anterior ao ventrículo direito, e comunicação distal com artéria circunflexa que também apresentava-se dilatada. Além disso, foi detectado a presença de uma dilatação aneurismática com comunicação com sinusóides intraventriculares próximos a via de saída do ventrículo direito por onde passavam fístulas para a cavidade ventricular direita. Atualmente, paciente segue assintomática, sem uso de medicações e em acompanhamento semestral com a cardiologista pediátrica no Incor Criança Fortaleza, realizando monitoramento por meio de ecocardiograma com doppler, que tem evidenciado, até o momento, a presença da fístula sem repercussões hemodinâmicas. Por ser assintomática, a conduta tomada foi expectante e de monitoramento, visto que o procedimento cirúrgico poderia comprometer a vascularização do miocárdio e levar a isquemia.

Conclusões

Assim, a paciente do caso apresenta doença incomum na população, possuindo a segunda variação mais rara, a FAC esquerda. Porém, é assintomática e possui fístula única, sendo detectada por exames de rotina, como ausculta cardíaca, pelo seu pequeno tamanho. Em relação ao tratamento, está indicada conduta expectante e ela deve esperar até os 5 anos de idade para o fechamento espontâneo da FAC, caso contrário, será indicado uma intervenção cirúrgica.

Área

Relato de caso

Autores

Leonardo Rangel Saunders, Thiago Ribeiro Carvalho, Eduardo Cesar Teixeira Sirena, Isadora Dione Fernandes Nogueira, Cynthia von Paumgartten Ribeiro Almeida, Rafael Barroso de Vasconcelos, João Gabriel Vale Catunda, Sandra Nívea dos Reis Saraiva Falcão, Maria Márcia Morais Souto Maior