Dados do Trabalho

Título

Intervenção não farmacológica para reduzir a ansiedade e promover um comportamento colaborativo de crianças que serão submetidas a cateterismo cardíaco

Introdução e/ou Fundamentos

A ansiedade tem elevada prevalência entre crianças submetidas a cateterismo cardíaco. Crianças mais ansiosas no pré-operatório são menos cooperativas, consomem mais analgésicos e apresentam mais distúrbios emocionais. A utilização terapêutica do brinquedo consiste em uma intervenção não farmacológica que está alicerçada no potencial que a brincadeira tem para expor um problema à criança e favorece o seu enfrentamento diante da realização de um procedimento invasivo. Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito de intervenção não farmacológica sobre o nível de ansiedade e o comportamento durante a indução anestésica de crianças submetidas a cateterismo cardíaco.

 

Métodos

Estudo de intervenção realizado no Serviço de Hemodinâmica de dois hospitais públicos e um privado em Recife/PE. A intervenção consistiu em uma sessão de Brinquedo Terapêutico (BT) utilizando materiais representativos da sala de hemodinâmica, equipe e materiais utilizados na assistência juntamente com uma história que explicava e demonstrava à criança o procedimento ao qual ela seria submetida. O material utilizado neste estudo foi validado por 23 juízes (anestesistas, cardiologistas intervencionistas pediátricos, contadores de história, educadoras infantis, enfermeiros, psicólogas, psicopedagogas e terapeutas ocupacionais). A ansiedade pré-operatória da criança e de seu responsável foi avaliada antes e depois da sessão de BT. A avaliação do comportamento foi cega, realizada por uma cardiologista intervencionista pediátrica.

Resultados e Conclusões

31 pacientes, 3 a 13 anos, 17 do sexo masculino, juntamente com seus responsáveis, participaram da sessão de BT. 22,6% cardiopatias acianóticas de hiperfluxo; 48,4% acianóticas obstrutivas; 9,7% cianóticas de mistura sanguínea e 19,4% cianóticas de fisiologia univentricular. 54,8% foram submetidos à anestesia geral com intubação. 51,6% foram submetidos à cateterismo diagnóstico. 70,9% estavam ansiosos antes da intervenção, após a sessão reduziu para 9,6%. A mediana do escore de ansiedade pré-operatória das crianças reduziu de 41,67 para 23,40 (p<0,001). Chorar, fugir e gritar foram menos frequentes. 90% pacientes demonstraram adesão ao procedimento, não requerendo contenção física, evitando atrasos à execução do procedimento. Este estudo demonstrou de forma inovadora e inédita que o brinquedo terapêutico promove a redução da ansiedade pré-operatória de crianças submetidas a cateterismo cardíaco e um comportamento mais adaptativo durante a indução anestésica.

 

Palavras Chave

Ansiedade; Cateterismo;

Área

Hemodinâmica e cardiologia intervencionista