27º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

Avaliação da eficácia do implante de stent no canal arterial em comparação com a cirurgia Blalock-Taussing em pacientes com circulação pulmonar canal dependente.

Introdução e/ou Fundamentos

Pacientes com circulação pulmonar canal arterial (CA) dependente ainda são um desafio, particularmente, em neonatos que são inelegíveis  para reparos primários. Esses pacientes requerem procedimento paliativo, seja cirurgicamente por construção de shunt sistêmico-pulmonar (Blalock-Taussig modificado-BTM) ou percutaneamente por cateterismo cardíaco com implante de stent em CA.

Métodos

Estudo retrospectivo, longitudinal e unicêntrico. Foram incluídos 44 pacientes neonatos e lactentes com diagnóstico de cardiopatia congênita dependente do CA admitidos em nosso Hospital durante o período de novembro/2016 a setembro/2021. 14 pts (31,8%) foram submetidos à cirurgia de BTM (grupo 1) e 30 (68,2%) foram submetidos a cateterismo cardíaco para implante de stent no CA (grupo 2). Avaliados sexo, idade, tempo médio de intubação endotraqueal, tempo médio de internação, complicações e óbitos.

Resultados e Conclusões

No grupo 1 (G1), a idade média foi de 38 dias e 14,5 dias no grupo 2 (G2). Predominância masculina em ambos os grupos, sendo no G1 com 10 (71,5%) vs feminino 4 (28,5%) e no G2 masculino 16 ( 53,3%) e feminino 14 (46,7%). No G1, o diagnóstico mais comum foi atresia tricúspide com 5 (35,7%), seguida por Tetralogia de Fallot (T4F) 4 (28,5%), atresia pulmonar com comunicação interventricular 3 (21,4%) e atresia pulmonar com septo íntegro (AP/SI) com 2 pts (14,3%). No G2, o diagnóstico mais comum foi AP/SI 8 pts (26,6%), seguido de T4F 6 (20%), AP/CIV e estenose valvar pulmonar crítica 4 (13,3% cada) e atresia tricúspide, dupla via de saída de ventrículo direito (DVSVD) com estenose pulmonar crítica, dupla via de entrada de ventrículo esquerdo com EVP com 2 pts cada (6% cada). Outros diagnósticos do G2 foram DVSVD com transposição de grandes artérias (TGA), e Anomalia de Ebstein. O tempo médio de ventilação foi de 5 vs 4,9 dias e o tempo médio de internação foi de 17,5 vs 12,7 dias. Todos os pacientes do G1 evoluíram com complicações, sendo a mais comum sepse 5 (35,7%), enquanto no G2, 20 (66%) não apresentaram nenhuma complicação e, sendo a sepse e a insuficiência cardíaca as complicações mais comuns neste grupo com 3 pcts cada (10% cada), seguido de lesão isquêmica no membro puncionado e laringite pós-extubação 1 (3% cada). Houve 6 (42,8%) óbitos no G1 vs 2 (6,6%) óbitos no G2.

Conclusão: Em nossa experiência, o stent no CA foi bem sucedido e apresentou baixas complicações agudas graves. Nosso estudo reforça a segurança do tratamento percutanêo com stent para manter o fluxo pulmonar do CA.

Palavras Chave

canal arterial

Área

Cardiologia fetal e neonatal

Instituições

UNIFESP - São Paulo - Brasil

Autores

Junior Charly Florero Pereira, Gustavo Rocha Feitosa Santos, Celia Maria Camelo Silva