27º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

Remodelamento Cardíaco após Implante de Valva Pulmonar em Adolescentes e Adultos com Tetralogia de Fallot operados

Introdução e/ou Fundamentos

A insuficiência pulmonar e a disfunção ventricular direita são complicações observadas após correção tardia da Tetralogia de Fallot (POT-TF). As biopróteses são os substitutos valvares mais utilizados.  Há uma variação de tamanho e modelos, porém a deterioração funcional é um problema, sendo por insuficiência ou estenose.

O objetivo do estudo é avaliar os resultados cirúrgicos em pacientes no POT-TF submetidos à implante valvar pulmonar (IVP) por insuficiência pulmonar.

Métodos

Estudo retrospectivo, dados da ressonância magnética cardiovascular e ecocardiograma (ECO) pré e pós IVP. Excluídos pacientes com gradiente pulmonar pico >40mmHg no ECO pré-operatório.

Análise descritiva, teste t pareado com volumes e funções ventriculares pré e pós IVP. Curva de Kaplan Meier para sobrevida livre de gradiente > 49mmHg e/ou necessidade de troca da prótese valvar. Anova de medidas repetidas avaliando o gradiente pico máximo pelo ECO na alta hospitalar, 02 e 06 anos após o IVP. Dados em média e desvio padrão; mediana e intervalo interquartílico; número e porcentagem. SPSS-23; significância estatística se p<0,05.

Resultados e Conclusões

Incluídos 56 pacientes, 71% do sexo masculino. Dados demográficos  apresentados na Tabela 1.  Após o IVP houve melhora dos volumes sistólico e diastólico final do ventrículo direito (VD) e do volume diastólico final do ventrículo esquerdo (VE) indexados pela superfície corpórea (Tabela 2).  Não houve mudança na fração de ejeção do VD pelo método Simpson, mas aumento significativo foi observado pelo método da fração de ejeção corrigida, considerando o volume de regurgitação. Melhora na função do VE também foi observado.

Aumento importante e progressivo no gradiente pico da prótese ocorreu provavelmente devido a degeneração. A Figura 1 demonstra a progressão do gradiente pico comparando os momentos: alta hospitalar, 02 e 06 anos após o IVP. Pior desfecho em 10 anos para os pacientes submetidos ao implante de próteses  com tamanhos menores (números de 18 a 23) comparados as próteses de números 25 e 27, como demonstrado na Figura 2.

Concluímos que houve melhora dos volumes e funções ventriculares após o IVP, porém, uma grande porcentagem desses indivíduos evoluiu com estenose da prótese valvar implantada (gradiente pico máximo >49mmHg e/ou indicação para retroca valvar). Próteses valvares de tamanho menor alcançaram esse desfecho mais precocemente.

Palavras Chave

Área

Cardiopatia congênita do adulto

Autores

Matheus Negri, Luiz Fernando Caneo, Luciana Patrick Amato, Aida Luiza Ribeiro Turquetto, Walther Ishikawa, Rilvani Cavalcante Gonçalves, Carlos Magno Pinheiro de Araujo, Marina Imamura Ibanez , Marcelo Biscegli Jatene