27º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

O ecocardiograma seriado como importante método diagnóstico na avaliação e seguimento da Coarctação da Aorta no período neonatal

Introdução e/ou Fundamentos

Introdução: a coarctação da aorta (CoAo) é um desafio diagnóstico no período neonatal, já que a decisão do tratamento cirúrgico deve anteceder os sintomas clínicos de baixo débito. O canal arterial pérvio representa um limitador para a obtenção de imagens satisfatórias e avaliação da região obstruída. A ecocardiografia (eco) tem papel fundamental na avaliação anatômica e da gravidade da CoAo no neonato.

Objetivos: descrever o número de ecos e os achados do exame inicial e do decisivo para indicação cirúrgica nos recém-nascidos (RN) com diagnóstico de CoAo de 01/2020 a 08/2022.

Métodos

Metodologia: análise retrospectiva dos dados ecocardiográficos nos exames inicial e pré-operatório dos RN diagnosticados com CoAo associados ou não a hipoplasia do arco aórtico (HipAo), de 01/2020 a 08/2022, submetidos a cirurgia.

Resultados e Conclusões

Resultados: 12 RN foram diagnosticados com CoAo, sendo 3 (25%) isoladas e 9 (75%) com HipAo. A valva aórtica bivalvular e a comunicação interventricular foram as cardiopatias mais associadas, presentes em 6 (50%) e 4 (33%) RN respectivamente. A média da idade gestacional foi de 37 ± 2 semanas e o peso ao nascimento de 2476 ± 470g. 9 (75%) RN tinham suspeita de CoAo no pré-natal. O eco inicial foi realizado nas primeiras 12hs de vida em 9 (75%) RN e a média do número de exames de cada RN até a cirurgia foi de 5 ecos (2 a 8). O Z score médio do istmo nos ecos inicial e pré cirúrgico foi de -2,39 ± 0,59 e de -2,69 ± 0,50 respectivamente. Os RN com HipAo associada tinham Z score médio do arco transverso distal de -2,04 no eco pré cirúrgico. Todos os RN tinham canal arterial pérvio e receberam uso contínuo de prostaglandina. 7 (67%) RN apresentaram reforço diastólico confirmando a gravidade da obstrução. A correção cirúrgica foi realizada em média com 13 ± 5 dias de vida.

A tomografia foi realizada em apenas 3 (25%) RN. A técnica cirúrgica adotada foi a correção da CoAo + ampliação do arco aórtico em todos os RN com HipAo e anastomose término-terminal nos RN com CoAo isolada. 2 (16%) RN evoluíram com recoarctação precoce após 3 meses da cirurgia e foram submetidos a aortoplastia com stent. Não houve óbito.

Conclusão: o diagnóstico da CoAo no período neonatal requer vários exames com mensuração da região suspeita além da avaliação do fluxo nos primeiros dias de vida. O eco proporciona informações acuradas para a tomada da decisão cirúrgica. A associação de CoAo com HipoAo  foi mais frequente nesta população.

Palavras Chave

coarctação da aorta, hipoplasia do arco aórtico, recém nascido

Área

Cardiologia fetal e neonatal

Instituições

Hospital e Maternidade Santa Joana - São Paulo - Brasil

Autores

VANESSA AUGUSTO CANUTO, VIVIANE DINIZ YAMAGUISHI, FERNANDA SAWAMURA KANEKO DUTRA, MARCELO KENITI MURAMATSU, STEPHANIE LEMOUCHE, FILOMENA BERNARDES DE MELLO, OMAR ALONZO POZO IBANEZ, MONICA SATSUKI SHIMODA, JOSE CICERO STOCCO GHILHEN, MARINA M ZAMITH