27º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

Estudo do Vasoactive-inotropic Score (VIS) no pós-operatório de Tetralogia de Fallot

Introdução e/ou Fundamentos

Fundamento: Valores de Vasoactive-Inotropic Score (VIS) maiores que 20 no intra- operatório (VIS SO) e 15 nas primeiras 24 horas (VIS 24h) vêm demonstrando ser um preditor de morbimortalidade em pacientes em pós-operatório de cirurgia cardiovascular pediátrica nos países desenvolvidos. Objetivo: Avaliar o impacto do VIS nos desfechos pós-operatórios de correção de Tetralogia de Fallot (TF) em um hospital terciário brasileiro.

Métodos

Método: Entre janeiro de 2014 a junho de 2020, foram realizadas 221 correções totais de TF isolada em pacientes abaixo de 2 anos. Foram excluídos os pacientes em que não foi possível obter o cálculo de VIS PO e VIS 24h (n=14). Foram avaliadas variáveis pré, intra e pós-operatória. O VIS foi calculado conforme previamente publicado e os pacientes foram divididos em 4 grupos de acordo com a dose VIS SO maior ou menor que 20 e VIS 24 h maior ou menor que 15. Foi realizado teste de Normalidade de Kolmogorov-Smirnov, e os grupos foram comparados utilizando os testes de Kruskal-Wallis para variáveis contínuas e de Qui quadrado para variáveis categóricas. Foi considerado significativo um p menor que 0,05.

Resultados e Conclusões

Resultados: Foram identificados 103 pacientes no grupo 1 (VIS SO < 20 / VIS 24h < 15), 10 pacientes no grupo 2 (VIS SO > 20 / VIS 24h < 15), 57 pacientes no grupo 3 (VIS SO < 20 / VIS 24h > 15) e 37 pacientes no grupo 4 (VIS SO > 20 / VIS 24h > 15). Não houve diferença entre peso, idade, incidência de lesões residuais, tempo de CEC e anóxia entre os grupos. Os pacientes do grupo 1 necessitaram menos retalho transanular na cirurgia e quando comparados aos pacientes do grupo 3 e 4 apresentaram uma menor dosagem de lactato ao final da cirurgia (18 x 19 e 27; p=0,01), menos necessidade de fechamento tardio de esterno (7% X 19% e 35%; p= 0,001), menor tempo para extubação (24h x 93h e 74h; p< 0,0001), e de internação em UTI (6d x 10d e 10d; p< 0,0001), menos complicações pós- operatórias (19% x 47% e 43%; p=0,001) e óbito hospitalar (1% x 14% e 8%, p=0,004). Conclusões: Em pacientes após correção total de Tetralogia de Fallot em um hospital terciário brasileiro, um VIS 24 horas acima de 15, mesmo quando o paciente saiu de SO com baixas doses de inotrópicos e vasopressores foi associado a piores desfechos quando comparados com pacientes recebendo menos drogas vasoativas no primeiro dia pós- operatório.

Palavras Chave

Tetralogia de Fallot pós- operatório mortalidade

Área

Terapia intensiva cardíaca pediátrica

Instituições

Instituto do Coração- FMUSP - São Paulo - Brasil

Autores

Natália Fernandes, Leonardo Augusto Miana, Luiz Fernando Caneo, Aida Luiza Turquetto, Luciana Amato, Paula V Gaiolla, Carolina V Campos , Maria Fernanda Silva Jardim, Marcelo Biscegli Jatene, Fabio Biscegli Jatene