27º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

IMPORTÂNCIA DA MAPA PARA DIAGNÓSTICO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA E POSSÍVEIS IMPACTOS DAS NOVAS RECOMENDAÇÕES

Introdução e/ou Fundamentos

O diagnóstico e o seguimento da hipertensão arterial (HA) dependem da acurácia e representatividade das medidas de pressão arterial (PA) obtidas por diferentes métodos. A Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) é mais precisa para o diagnóstico e prediz a gravidade da HA de forma mais precoce e assertiva.

A recente atualização da American Heart Association (AHA) acerca da MAPA em pediatria recomenda sua interpretação baseada somente nos valores médios de PA, trazendo novos valores de referência para pacientes acima de 13 anos, e desconsidera a carga pressórica no diagnóstico e classificação de gravidade.

Métodos

Para avaliar o grau de assertividade das medidas de PA em consultório em comparação com a MAPA, desenhou-se uma coorte retrospectiva incluindo pacientes de 8 a 18 anos encaminhados com suspeita de HA primária para ambulatório de referência em São Paulo. A PA em consultório foi verificada por método auscultatório com técnica e manguito adequados, em 3 momentos diferentes com 2 semanas de intervalo e, classificada de acordo com sexo, idade e altura. A MAPA foi realizada com aparelhos validados para faixa pediátrica. Os parâmetros utilizados para os laudos estão na tabela 1. O diagnóstico obtido em consultório foi comparado com o resultado da MAPA nos cenários pré e pós 2022.

Tabela 1: Diagnóstico HA na infância e adolescência egundo as recomendações de 2014 e 2022.

Resultados e Conclusões

Foram incluídos 16 pacientes, com idade média de 13 anos (±3,3), 62% meninos, média de 89 Kg (±28,9), sendo 87% sobrepesos ou obesos. A figura 1 apresenta os diagnósticos fenotípicos de HA conforme PA em consultório e MAPA, laudado com base nas recomendações pré e pós 2022. Observamos prevalência de HA mascarada de 31,25% (5/16) e efeito jaleco branco em 18,7% (3/16). A principal diferença observada entre as diretrizes da MAPA diz respeito à classificação da severidade da HA. Pela recomendação anterior, que possibilitava classificar o estágio da HA de acordo com a carga, 7 pacientes (43,75%) (HA estágio I pela recomendação atual) seriam recategorizados como estágio II e isto implica em modificações na estratégia terapêutica inicial.

Conclusão: Para esta amostra de pacientes obesos e hipertensos, a MAPA mostrou-se fundamental para diagnóstico de HA. A recomendação atual exclui a classificação de acordo com a severidade, impactando no momento de início da terapia medicamentosa.

Figura 1: Diagnósticos fenotípicos e classificação de HA conforme PA em consultório e MAPA, em pacientes do estudo. 

Palavras Chave

Área

Cardiologia clínica

Autores

Carine Emanuele Vieira Melo, Natália Albertin dos Santos, Heloisa Yukie Arake Shiratori, Silvia Helena Cassupá, Mariana Freitas Cardoso Pereira, Isabela Lobão da Rocha, Fernanda Marciano Consolim Colombo, Luiza do Nascimento Ghizoni Pereira, Simone Rolim Fernandes Fontes Pedra