27º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

Relato de caso: arritmia fetal com evolução para BAVT em RN exposto a COVID intraútero.

Introdução e/ou Fundamentos

Introdução: A atual pandemia causada pelo novo coronavírus (SARS-COV-2) mudou a dinâmica da saúde em todo o mundo. De acordo com os últimos registros da Organização Mundial da Saúde, o número de casos de COVID-19 no mundo passa de 224 milhões, com o total de mortos superando 4,6 milhões. O SARS-CoV foi associado a maiores taxas de letalidade e a complicações mais graves durante a gestação e período neonatal, provavelmente decorrentes das alterações fisiológicas dos sistemas imunológico e cardiopulmonar durante essas fases. No entanto, existem dados limitados sobre o impacto da COVID-19 nessa população. Como resultado, os efeitos potenciais sobre os desfechos fetais e neonatais não são claros, e mais estudos são necessários no que diz respeito ao manejo de gestantes infectadas pelo COVID-19 e seus fetos e possíveis acomentimentos precoces e tardios. Método: Revisão de dados de prontuário de recém nascido internado em UTI neonatal de referência.

Relato do Caso

Relato do caso: Recém-nascido (RN) pré-termo, nascido de parto cesárea de urgência por bradicardia fetal severa. Encaminhado a UTI neonatal para suporte, mantendo bradicardia sinusal sem repercussão hemodinâmica. Mãe PCR positivo para Sars-cov-2 duas semanas antes do parto.
Iniciado corticóide e mantido por 7 dias com resolução do quadro. Exames laboratoriais sugestivos de MISC-n e e ecocardiograma sem alterações. Evoluiu com taquicardia e Flutter atrial em holter, com resolução espontânea e 2 semanas após para BAV 2:1, e como encontrava-se estável, recebeu alta. Após trinta dias de seguimento ambulatorial realizou ECG que revelou BAVT e ecocardiograma com disfunção de ventricular esquerda (VE), às custas de hipocinesia septal e apical, com dilatação leve a moderada de VE. Submetida sete dias após à implantação de marca passo definitivo, porem mantendo disfunção ventricular. Mantém acompanhamento ambulatorial, com melhora progressiva da fração de ejeção sob uso de betabloqueador.

Conclusões

Conclusão: O impacto potencial do coronavírus em recém-nascidos ainda está sendo determinado e possui ainda número restrito de dados. Observa-se no entanto, que através da transmissão vertical, o RN sofre exposição ao Sars-Cov 2 podendo desdencadear síndrome inflamatória fetal, com consequente repercussão cardiovascular grave no período neonatal.

Área

Relato de caso

Instituições

HOSPITAL SINHA RIBEIRAO PRETO - São Paulo - Brasil

Autores

MARIA FERNANDA FERRARI BALTHAZAR JACOB, JULIANA SAYURI DE SOUZA, PATRICIA MARIA VALENTE PESSOA DE MELLO, MARIA GRAZIELA DE SIMONE BRITO, MEHDI MTAFI, RICARDO NILSSON SGARBIERI