27º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

Ventrículo esquerdo acessório: melhora da função contrátil após tratamento clínico

Introdução e/ou Fundamentos

 Uma câmara ventricular esquerda acessória congênita é uma malformação cardíaca rara. Consiste em uma subdivisão do ventrículo esquerdo em duas cavidades, por um septo ventricular acessório anômalo.  

Pacientes que apresentam ventrículo esquerdo acessório isolado tendem a permanecer assintomáticos.  Normalmente é um achado incidental, durante avaliação em busca de outras anomalias cardíacas. 

Tratamento clínico com acompanhamento regular, excisão cirúrgica da câmara acessória com reconstrução utilizando patch, e transplante cardíaco são opções válidas. 

Relato do Caso

 E.R.R, parto cesariano a termo, com ecocardiograma fetal evidenciando suspeita de estenose valvar aórtica com dilatação de ventrículo esquerdo.  
Encaminhado à UTIN logo após o nascimento devido a taquipnéia e desconforto respiratório leves. Submetido a ECO sendo evidenciado dilatação grave do ventrículo esquerdo (VE), valva aórtica normofuncionante, arco aórtico sem anormalidades e fração de ejeção (FE)  estimada pelo método de Teicholz em torno de 40%. 
Como exame complementar, solicitado cateterismo cardíaco sendo observado espessamento e dilatação dilatação grave de ventrículo esquerdo, de causa não definida.   Instituido tratamento clínico.
 Iniciou acompanhamento em nossa instituição com 1 mês de vida, onde foi realizado novo ECO que evidenciou formação aneurismática em região septal-apical com déficit contrátil difuso importante e movimento paradoxal do septo interventricular em relação à parede posterior e FE equivalente a 29%. Realizado ajuste nas doses das medicações e associada furosemida e AAS. Solicitada Ressonância Magnética (RM) de coração e vasos da base que evidenciou VE acessório. 


Em reavaliação clínica após ajuste de medicações, observado melhora da FE e redução progressiva das dimensões do ventrículo acessório.
 Atualmente, o paciente segue em acompanhamento ambulatorial regular, assintomático, aguardando realização da RNM. 

Conclusões

O VE acessório congênito é uma cardiopatia rara, e de difícil diagnóstico.
Por tratar-se de um diagnóstico raro, ainda não há dados suficientes que possibilitem uma definição adequada da história natural da doença, progóstico, complicações e evolução tardia. 
 As possibilidades de tratamento variam do uso de medicações até transplante cardíaco.  

Área

Relato de caso

Instituições

Himaba - Espírito Santo - Brasil

Autores

Carla Motta Del Caro, Danielle Lopes Rocha, Suellen Pimentel de Barros, Sônia Maria Alves Andrade, Isabela dos Santos Salgado, Ariane Binoti Pacheco, Rafael Aon Moysés, Gabriel Francisco Pena Vila Lima, Karla Loureiro Loss, Vitor Menezes Torres