27º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

Cirurgias cardíacas no período neonatal: comparação entre desfechos entre recém nascidos à termo e prematuros.

Introdução e/ou Fundamentos

A prematuridade (PT) é definida como parto < 37 semanas de idade gestacional, afeta aproximadamente 10% de todos os nascidos vivos, e complicações da PT são a causa principal da mortalidade neonatal globalmente. A cardiopatia congênita complexa  (CCC) é associada com risco aumentado para trabalho de parto prematuro, adicionando mais um fator na complexidade do manejo e sobrevida.

 

Métodos

Estudo unicêntrico, retrospectivo, observacional de análise de prontuário com objetivo de avaliar o impacto da prematuridade na evolução dos pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Critérios de inclusão: pacientes submetidos à cirurgia cardíaca em uma única maternidade entre janeiro 2020 e abril 2022. Critérios de exclusão: foram excluídas cirurgias como fechamento de tórax, plicatura diafragmática, drenagem de pericárdio e implante de marca-passo. Número e porcentagem foram usados para variáveis categóricas, mediana e intervalo interquartil (IIQ) para variáveis contínuas e o teste não paramétrico de Mann-Whitney para comparação entre os grupos com dados contínuos e Chi-quadrado para variáveis categóricas. Os pacientes foram divididos em grupo 1 (< 37 semanas) e grupo 2 ( > 37 semanas).

 

Resultados e Conclusões

Foram realizadas 110 cirurgias cardíacas em 97 pacientes no período. O grupo 1 (pré termo) era composto por 30 pacientes submetidos a 34 cirurgias com idade gestacional mediana 34 3/7 (IIQ 32 3/7 - 35 6/7) e o grupo 2 (termo) por 67 pacientes submetidos a 76 cirurgias com idade gestacional mediana de 38 3/7 (IIQ 37 5/7 - 39 1/7). Houve diferença entre os dois grupos com menor peso de nascimento no grupo 1, idade maior na cirurgia e menor peso. Não houve diferença de proporção de crianças com síndromes e RACHS. O grupo 1 apresentou maior tempo de ventilação mecânica (VM), uso de nutrição parenteral (NPP) e tempo de internação, sem diferença em relação ao peso de alta. Houve diferença em mortalidade precoce, sendo maior no grupo 1, mas igual na mortalidade tardia. Não houve diferença na necessidade de uma segunda abordagem (p = 0,991), com 9 sendo progressão do planejamento cirúrgico e 4 abordagens por lesão residual, 3 no grupo 2.

Conclusão: Observamos que PT cirúrgicos tem menor peso ao nascimento, maior idade na primeira cirugia, menor peso na primeira cirurgia, tempo de VM e uso de NPP mais prolongados, maior tempo de internação e maior mortalidade. RACHS, presença de síndrome genética e peso de alta sem diferença entre os grupos.

Palavras Chave

Área

Cardiologia fetal e neonatal

Instituições

Hospital e Maternidade Santa Joana - São Paulo - Brasil

Autores

MONICA SATSUKI SHIMODA, JOSE CICERO STOCCO GUILHEN, STEPHANIE ONDRACEK LEMOUCHE, FILOMENA BERNARDES MELLO, RAPHAEL CORTACIO SIMAS JR, JAIME PADEIRO, MARINA ZAMITH, KLAUS CARVALHO LUSTOSA, LILY EMILIA RABANAL TEIXEIRA, PAULA RODRIGUES SILVA MACHADO COSTA