27º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

Variáveis clínicas e laboratoriais admissionais na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica como preditores de mortalidade após cirurgia cardíaca pediátrica.

Introdução e/ou Fundamentos

A determinação do curso pós-operatório de crianças submetidas a correção cirúrgica de cardiopatias congênitas é uma questão desafiadora, tornando a identificação de preditores de morbidade e mortalidade um aspecto fundamental para o manejo ideal destes pacientes. Vários parâmetros clínicos e bioquímicos são utilizados para a monitorização na prática clínica, sendo, a saturação venosa mista de oxigênio e o nível sérico de lactato, os mais comumente utilizados para a avaliação da oferta e consumo de oxigênio.

Objetivos: avaliar marcadores clínicos e laboratoriais admissionais na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) como preditores de mortalidade após cirurgia cardíaca pediátrica.

Métodos

Avaliamos, retrospectivamente, dados de pacientes menores de 18 anos admitidos na UTI após cirurgia cardíaca pediátrica, entre 2018 e 2021. As seguintes variáveis foram analisadas no momento da admissão da UTI: idade, peso, Escore RACHS-1, saturação venosa e arterial; lactato e creatinina séricos (CrS). Posteriormente, foram calculados os balanço hídrico-venoso (BHV) por quilograma de peso no período intraoperatório (em ml/kg) e nas primeiras 12 horas, 24 e 48 horas de pós-operatório (PO); assim como o escore inotrópico nos mesmos horários. Uma análise univariada e multivariada foi realizada para avaliar a correlação entre estas variáveis e mortalidade intra-hospitalar.

Resultados e Conclusões

Um total de 663 pacientes foram submetidos a procedimento cirúrgicos, sendo a maioria na categoria 2 e 3 do escore RACHS-1 (61 %). A mediana de idade foi de 9 meses (1 dia a 17 anos) e mediana de peso de 6,6 kg (1,3 - 90 kg). Na análise univariada, a CrS dosada na admissão e no segundo dia de PO, diurese no 1º. PO, escore inotrópico e lactatos na admissão, primeiro e segundo PO, as saturações arterial e venosa da admissão, assim como o BHV no período intraoperatório, com 12 e 24 horas tiveram associação com maior mortalidade. Após análise multivariada, as seguintes variáveis permaneceram associadas ao desfecho clínico desfavorável: lactato, saturações arterial e venosa mensurados na admissão e BHV das primeiras 12 horas de internamento no UTI (p =0,0001; 0,03; 0,05 e 0,006, respectivamente).

Conclusão: O BVH e a persistência da elevação do nível sérico de creatinina no segundo dia de PO, associado a monitorização do lactato e saturação venosa mista de oxigênio confirmaram-se como ferramentas úteis para predição de mortalidade em crianças submetidas a cirurgia para correção de cardiopatia congênita.

Palavras Chave

Mortalidade

Área

Terapia intensiva cardíaca pediátrica

Instituições

Hospital de Messejana - Ceará - Brasil, Universidade de Fortaleza - Ceará - Brasil

Autores

Candice Torres de Melo Bezerra Cavalcante , Andrea Consuelo de Oliveira Teles, Klebia Magalhães Pereira Castello Branco , Francisca Sayman de Sousa Martins, Pedro Emanuel Barros Tavares, Anna Karina Martins Brito, Jeanne Araújo Bandeira Gomes, Isabel Cristina Leite Maia, Marília Ramalho Castro e Silva , Márcia Degobi de Souza Fiuza