Dados do Trabalho

Título

Trombose precoce de prótese tricúspide relacionada ao COVID-19 – Relato de Caso

Introdução e/ou Fundamentos

Trombose precoce de valva biológica é uma complicação rara, porém potencialmente grave, sendo muitas vezes resultado de condições hemodinâmicas, endoteliais e hemostáticas anormais. Pacientes com COVID-19 podem apresentar um estado de hipercoagulabilidade, com importante impacto na morbimortalidade, podendo predispor a complicações trombóticas tanto na circulação venosa quanto arterial, devido à inflamação exacerbada, ativação plaquetária, disfunção endotelial e estase venosa.

 

Relato do Caso

Mulher de 57 anos com diagnóstico de anomalia de Ebstein e histórico de substituição cirúrgica da valva tricúspide por bioprótese em 1998,  foi submetida à implante transcateter de bioprótese tricúspide. Quatro dias após o procedimento, o paciente evoluiu com tosse, diarréia, hipotensão e lesão renal aguda. Confirmada infecção por COVID-19 por RT-PCR. Foi iniciada terapia inotrópica (milrinona) com melhora dos parâmetros hemodinâmicos. Ecocardiograma transesofágico demonstrou prótese tricúspide com mobilidade reduzida dos folhetos, além de massa ecodensa (12,4mm x 0,74mm) localizada tanto na superfície atrial quanto na ventricular, sugestiva de trombo, determinando estenose com gradiente transvalvar médio de 10 mmHg. Paciente evoluiu sem outras complicações pela infecção por COVID-19. Paciente recebeu alta após tratamento bem sucedido com terapia anticoagulante.

 

Conclusões

Trombose de prótese biológica é uma complicação incomum após o procedimento percutâneo, com poucos relatos na literatura em pacientes com COVID-19, visto que este tipo de infecção está associado a um estado de hipercoagulabilidade. Apesar do desfecho favorável no caso relatado, mais estudos devem ser realizados para uma melhor elucidação de todos os mecanismos envolvidos na fisiopatologia deste tipo de complicação. 

 

Área

Relato de caso