27º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

A decisão desafiadora de explantar um Berlin Heart EXCORE. Relato de caso em serviço de baixo volume de Assistência Ventricular em crianças.

Introdução e/ou Fundamentos

Os dispositivos de assistência ventricular (DAVS) são utilizaods na maioria das crianças como ponte para o transplante cardíaco (bridge to transpant, BTT). Poucos relatos bem-sucedidos de explante do VAD, principalmente em crianças menores de dois anos estão publicados. Como avaliar a recuperação do miocárdio, como decidir o momento ideal do explante e o desfecho tardio desses casos nos traz muitas dúvidas sobre a possibilidade de explante de um VAD.

Este relato teve como objetivo apresentar um caso de paciente de quatro meses, inicialmente listado para HTx, onde um Berln Heart Excor (BHE) foi explantado com sucesso após recuperação da função cardíaca.Esta criança foi admitida com choque cardiogênico (PEDIMACS 1) em outro hospital pediátrico, apresentando função ventricular esquerda comprometida (FEVE de 18%) ao ecocardiograma e dois episódios de parada cardíaca. Após a segunda parada cardíaca, foi iniciado suporte com ECMO e mantido por 15 dias sem melhora da função ventricular. Por fim, foi transferido para nossa equipe, onde foi implantado BH como ponte para transplante (BTT).O lactente era previamente hígido e sem qualquer comorbidade associada, exceto infecção materna por COVID durante a gestação.

A biópsia miocárdica do VE, obtida do ápice do ventrículo esquerdo (VE) no momento de implante da canula apical do BHE, mostrou percentual de fibrose miocárdica menor que 16 e densidade vascular capilar maior que 65 unidades/HNF. O teste de sequenciamento do exoma completo revelou cardiomiopatia dilatada secundária a uma mutação no gene TNNC1. A cintilografia com gálio também foi negativa para processo inflamatório ou infeccioso ativo. No final do quarto mes, evolui com quadro séptico e um evento tromboembólico bastante extenso, subdural subagudo e frontoparieto-occipital direito, sendo então indicada drenagem cirúrgica. 

Houve progressiva melhora da função ventricular e apoiados por grupos experientes foi possível decidirmos pelo explante BHE seguindo protocolo publicado pelo grupo do Deutsches Herzzentrum Berlin, Berlin, Alemanha. A criança teve alta hospitalar após 204 dias de internação e encontra-se em acompanhamento ambulatorial próximo com uma função ventricular totalmente recuperada (FEVE de 50%). 

Relato do Caso

Fig 1: Explante do BHE sob circulação extracorpórea

Conclusões

Conclusão: O suporte de grupos especializados pode auxiliar em deciões desafiadoras para programas iniciantes em VAD.

 

 

Área

Relato de caso

Instituições

Hospital Beneficência Portuguesa de SP - São Paulo - Brasil

Autores

Beatriz Helena Sanches Furlanetto, Larissa Monteiro Gondim, Luiz Fernando Caneo, Eduardo Miranda Teixeira, Gabriela Fuenmayor Contin, Flavia M. Samos, Wagner Knoblauch, Vera D. Aiello, Adailson W Siqueira, Gisele S. Moreira