27º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

Incidência da correção do Truncus Arteriosus em uma unidade de saúde pública no período da pandemia.

Introdução e/ou Fundamentos

Truncus arteriosus (TA) é uma cardiopatia congênita cianótica. Nesta condição o sangue é bombeado do coração passando por uma valva truncal única para um tronco arterial comum que dará origem à artéria Aorta e à artéria pulmonar. Sua incidência oscila entre 6 a 10 para cada 100.000 nascidos vivos, no entanto, apenas 0,7% das cardiopatias congênitas devem-se ao TA . O TA é classificado de acordo com a arquitetura da artéria pulmonar sendo as classificações mais comuns as de Collet e Edwards e a de Van Praagh.

Objetivo:

Estudar o número de pacientes que chegaram a nossa unidade para realização de correção de Truncus Arteriosus no período de Janeiro de 2020 a Dezembro de 2021 e relacionar esses dados com o número de Nascidos vivos no estado, região metropolitana I e no Brasil, assim como comparar dados de incidência com o que encontramos na literatura.

Métodos

Numeramos as admissões na enfermaria de Cardiopediatria da unidade com o diagnóstico de “pré-operatório de Truncus Arteriosos” no período de janeiro de 2020 a dezembro de 2021. Não foram incluídos neste trabalho pacientes com diagnóstico de “Hemitruncus”. Obtivemos o número de nascidos vivos no estado através do Sistema SINASC (sistema de informações sobre nascidos Vivos) e TABNET- DATASUS do Ministério da Saúde na esfera nacional.

Resultados e Conclusões

Resultados

Recebemos 6 crianças para correção de TA no período, sendo 5 do tipo I e 1 do tipo II. As incidências do Hospital em relação aos nascidos vivos na esfera nacional, estadual e Metropolitana foram consecutivamente: 0,11 casos por 100.000 nascidos vivos, 1,6 casos por 100.000 nascidos vivos, 2,6 casos por 100.000 nascidos Vivos.

Discussão:

Sabemos que outras unidades de saúde têm equipamento e expertise para realizar a cirurgia no Brasil e até mesmo dentro do nosso estado e município. Outro fator a ser levado em conta é o que muitas cirurgias atualmente são feitas na rede particular e nosso hospital recebe os pacientes predominantemente da rede pública. Além disso deve-se considerar o subdiagnóstico levando em conta o período pandêmico.

Conclusão:

Truncus Arteriosus é uma cardiopatia congênita rara com consequências graves caso não seja diagnosticada e tratada. Diagnosticamos e tratamos pouco, mas boas estratégias de prevenção no pré-natal, triagens neonatais, assim como um melhor acesso de toda a população a métodos de diagnóstico modernos poderiam nos ajudar a atender todas as crianças com esta cardiopatia congênita.

Palavras Chave

Truncus arteriosus, cardiopatias congênitas,

Área

Cardiologia fetal e neonatal

Autores

João Paulo Porto Martins, Viviane Campos Barbosa Sena