Dados do Trabalho
Título
ANEURISMA DE CANAL ARTERIAL EM PACIENTE RECÉM-NASCIDO:UM RELATO DE CASO.
Introdução e/ou Fundamentos
O aneurisma de ducto arterial (ADA), corresponde a uma anomalia cardiovascular incomum que ocorre, na maioria dos casos, em pacientes neonatos de forma espontânea ou de forma adquirida. Mesmo sendo uma condição rara, o ADA é uma cardiopatia potencialmente fatal e que pode manifestar importantes complicações como a ruptura do aneurisma. É provável que o ADA surja no terceiro trimestre de vida do paciente a partir da junção aórtica do canal arterial, estendendo-se até sua extremidade pulmonar. A patogênese exata do ADA ainda permanece incerta. Os fatores de risco incluem diabetes gestacional materno descontrolado e fetos de grande porte para a idade gestacional.
Relato do Caso
Recém-nascido do sexo masculino, nascido de cesariana, à termo com idade gestacional de 38 semanas, APGAR 7 e 9, peso de 3,725 gramas, comprimento de 50 cm e temperatura de 36º Celsius. No exame físico imediato (após o parto) não se observou malformações aparentes, palato e clavícula estavam íntegros, respiração costoabdominal, ausculta cardíaca com bulhas rítmicas normofonéticas em 2 tempos sem sopros e pulso femoral presente. Após 12 horas de vida mantinha-se acianótico e sem sopros. Durante acompanhamento pré-natal, o ultrassom obstétrico suspeitou de alteração no arco aórtico, sendo solicitado ecocardiograma (ECO) fetal que foi realizado com 37 semanas de gestação, neste exame foi observado desproporção das cavidades cardíacas na posição das quatro câmaras, estreitamento do istmo da aorta e uma relação da aorta com a artéria pulmonar menor que o habitual, com diagnóstico provável de coarctação de aorta (Figura 1). Após a realização do parto, foi realizado ECO transtoracico, que descartou o diagnóstico de coarctação da aorta (figura 2) e foi identificado um aneurisma de canal arterial (figura 3). Foi realizado acompanhamento do ADA com ECO seriado e com 12 dias de vida houve regressão espontânea do aneurisma e fechamento do canal arterial.
Conclusões
O ADA, apesar de possuir indicação cirúrgica na grande maioria dos casos, deve ser avaliado individualmente em cada paciente, pois pode apresentar resolução espontânea, devendo-se considerar a possibilidade da realização de um tratamento conservador. Ademais, uma boa avaliação, tanto durante a gestação, quanto durante o período neonatal, é crucial para o diagnóstico precoce dessa doença, devendo-se suspeitar de ADA na presença de achados indicativos de outras doenças cardiovasculares durante a realização de exames de imagem.
Área
Relato de caso
Instituições
Universide do Oeste Paulista- UNOESTE - São Paulo - Brasil
Autores
Davi Domingues Costa, Eduardo Franco Ribeiro Espir, Pedro Fontolan de Moraes, Bruna Maria Carapeba