27º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

FECHAMENTO PERCUTÂNEO DO CANAL ARTERIAL EM PACIENTES PREMATUROS ABAIXO DE 2KG: EXPERIÊNCIA INICIAL BRASILEIRA.

Introdução e/ou Fundamentos

A incidência de ductus arteriosus patente (PCA) pode chegar a 50% em pacientes prematuros. Quando hemodinamicamente significativos, podem ser responsáveis por tempo de ventilação mecânica prolongado, além de importante fator de risco para o aparecimento de enterocolite necrotizante, hemorragia intraventricular e displasia broncopulmonar nesta população. O advento do dispositivo Amplatzer Duct Occluder II Additional Sizes (ADO II AS) (Abbot Structural Heart, Plymouth, MN) revolucionou o tratamento do PCA em pacientes prematuros com menos de 2Kg e, mais recentemente, o dispositivo Piccolotm (Abbot Structural Heart, Plymouth, MN) foi especificamente desenhado para o fechamento percutâneo de canal arterial nesta população e aprovado pelo FDA. 

Métodos

Trata-se de estudo prospectivo, inédito no Brasil, em andamento, que compreendeu 36 pacientes consecutivos submetidos a fechamento percutâneo de canal arterial de março de 2020 a maio de 2022 em 13 instituições no Brasil. 

Resultados e Conclusões

A idade gestacional média ao nascimento foi de 29,12 semanas (desvio padrão populacional 3,15 e amostral 5,79), a idade média no momento do procedimento foi de 33,50 dias (desvio padrão populacional 15,15 e amostral 15,36) e o peso médio de 1,41 Kg (desvio padrão populacional 0,40 e amostral 0,40). Dentre eles, 84% necessitavam de ventilação mecânica e 41% tinham feito uso de, em média, 1,45 ciclos de anti-inflamatórios não esteroides. A maioria dos pacientes teve melhora dos parâmetros ventilatórios e o tempo médio de extubação foi de 14,23 dias (desvio padrão populacional 8,64 e amostral 9,97). A taxa de sucesso foi de 100%. Não houve mortalidade relacionada ao procedimento. O fechamento percutâneo do canal arterial é um procedimento eficaz e extremamente seguro em pacientes prematuros graves com baixíssima taxa de complicações e associado a melhora dos padrões ventilatórios. Este procedimento é uma realidade no Brasil podendo ser realizado em diversos centros do país que possuem profissionais capacitados para o tratamento percutâneo de cardiopatias congênitas em pacientes prematuros.  

Palavras Chave

Cardiopatias Congênitas, Prematuros, Cateterismo, Neonatologia

Área

Hemodinâmica e cardiologia intervencionista

Instituições

Instituto de Cardiologia - Fundação Universitária de Cardiologia - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

João Luiz Langer Manica, Juliana Neves, Santiago Raul Arrieta, Pedro Abujamra, Raul Ivo Rossi Filho, Germana Cerqueira Coimbra, João Henrique Aramayo Rossi, Rodrigo Nieckel da Costa, Salvador André Cristovão, Carlos Augusto Cardoso Pedra