Dados do Trabalho
Título
Uso da impressão 3D para programação cirúrgica de procedimento de Yasui em paciente com Interrupção do Arco Aórtico e obstrução da via de saída do VE
Introdução e/ou Fundamentos
A interrupção do arco aórtico (IAAo) é uma cardiopatia congênita rara, com incidência de 1/100.000 nascimentos. A correção cirúrgica nesses pacientes depende de vários fatores como o peso do paciente ao nascimento e a possibilidade de utilizar a via de saída do ventrículo esquerdo para manter o débito sistêmico. A utilização de modelos em três dimensões (3D) das imagens obtidas por exames como a angiotomografia desses pacientes pode possibilitar um entendimento anatômico mais acurado e propiciar o planejamento cirúrgico mais adequado.
Relato do Caso
Paciente nascido prematuro de 35s2d e 2100g de peso, com IAAo tipo B, grande CIV, persistência do canal arterial, hipoplasia da aorta ascendente, válvula aórtica e obstrução na via de saída do VE. Devido à complexidade das lesões na via de saída do VE foi optado pela realização de procedimento Híbrido, com bandagem dos ramos pulmonares e implante de stent no canal arterial no período neonatal com boa evolução pós-operatória. No sétimo mês de vida o paciente apresentava-se com cianose progressiva devido ao crescimento somático, porém estava com apenas cinco quilos de peso corporal. Nesse momento foi optado por converter o procedimento híbrido por uma cirurgia de Norwood-Sano. A correção total foi realizada com 18 meses de vida com a técnica proposta por Yasui et al. O paciente foi submetido a uma angiotomografia para realização de um modelo 3D(Fig 1e 2) para avaliar possibilidade da tunelização intracardíaca do VE para a neoaorta(Fig2). A conexão do VE para a neoaorta foi realizada com retalho de dacron e ampliação da CIV para diminuir as chances de obstrução. Um tubo de pericárdio bovino valvulado foi interposto entre o ventrículo direito e as artérias pulmonares. O paciente evoluiu hemodinamicamente estável no período pós-operatório, recebendo alta após 17 dias da cirurgia. O controle ecocardiográfico 6 meses e um ano após procedimento mostram bom desempenho biventricular com ausência de gradiente na via de saída do VE. Atualmente paciente encontra-se em classe funcional I da NYHA.
Conclusões
O uso de modelos em 3D facilita o entendimento anatômico das lesões bem como possibilita o estudo da melhor técnica que poderá ser utilizada para a correção cirúrgica. Essa ferramenta pode propiciar um transoperatório mais rápido o que se reflete em um pós-operatório com menos complicações. Diminuindo assim o tempo de permanência hospitalar, melhorando a experiência do paciente e seus familiares no decorrer do tratamento e diminuindo os custos da internação.
Área
Relato de caso
Instituições
Hospital Infantil Sabará - São Paulo - Brasil, Instituto Dante Pazzanse de Cardiologia - São Paulo - Brasil, Universidade Federal de Sao Paulo - São Paulo - Brasil
Autores
Jose Cicero Stocco Guilhen, Omar Alonso Pozo, Daniel Rodrigues Alves, Klaus Carvalho Lustosa, Monica s Shimoda