Dados do Trabalho
Título
QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DOENÇA CARDÍACA UTILIZANDO A VERSÃO BRASILEIRA DO QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA PEDIATRIC QUALITY OF LIFE INVENTORYTM 3.0 CARDIAC MODULE SCALE
Introdução e/ou Fundamentos
A prevalência das cardiopatias congênitas é de 1/100 nascidos vivos, dos quais 80% precisarão de algum tipo de intervenção cirúrgica durante a infância e/ou adolescência. As cardiopatias congênitas causam impacto negativo na qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) tanto das crianças e adolescente como de seus respectivos pais/cuidadores.O presente estudo visou determinar a influência desse impacto nos escores de QVRS de crianças e adolescentes com doenças cardiovasculares, por meio da escala PedsQLTM (Pediatric Quality of Life Inventory TM) 3.0 Módulo Cardíaco versão brasileira, comparando esses escores sob a percepção dos pacientes e de seus respectivos pais/cuidadores.
Métodos
Aplicou-se o Instrumento PedsQLTM Módulo Cardíaco versão brasileira por entrevista, em 148 pais/cuidadores de pacientes cardiopatas com idades entre 2 a 18 anos, e, em 102 crianças e adolescentes com idades compreendidas entre de 5 a 18 anos. A versão para os pacientes e pais/cuidadores foi aplicada no mesmo dia, separadamente.
Resultados e Conclusões
Crianças de 5 a 7 anos pontuaram escore geral de QVRS mais baixo (M 66,4 – DP 13,4), sendo a ansiedade com o tratamento (M 54,3 – DP 36,0) e a comunicação (M 49,5 – DP 37,8) os domínios mais comprometidos. A mesma tendência ocorreu na avaliação dos pais/cuidadores com escore geral de 66,5 (DP 13,4) para a mesma faixa etária, sendo a ansiedade com o tratamento (M 42,0 – DP 41,0) o domínio mais prejudicado. A correlação entre os relatos dos pacientes e seus pais/cuidadores demonstrou concordância de moderada a alta em quase todos os domínios, variando de 0,31 a 0,68 (coeficiente de correlação de Pearson, p < 0,01). Na avaliação do impacto da gravidade da doença na QVRS, apesar de não haver diferença significativa no escore geral, segundo relato dos pais/cuidadores, os domínios com escores mais baixos nas diferentes faixas etárias foram os sintomas cardíacos, ansiedade com tratamento, comunicação e compreensão e no auto relato os domínios sintomas cardíacos e comunicação. As crianças e adolescentes com cardiopatia apresentaram baixos escores de QVRS, sendo a ansiedade com tratamento e problemas de comunicação os domínios com escores mais baixos. Nas formas graves das cardiopatias, os sintomas cardíacos e a ansiedade com o tratamento tiveram impacto em um maior número de faixas etárias segundo relato dos pais/cuidadores.
Palavras Chave
Qualidade de vida, cardiopatias congênitas, resultados psicossociais e questionários
Área
Cardiologia clínica
Autores
Anabela Nascimento Moraes, André Ozela Augusto, Paula Caroline Santos Anjos, Kellen Freitas Silva Almeida, Lucas Matos Pereira Dias