Dados do Trabalho
Título
Importância do treinamento prévio e da presença de um tutor no início da experiência do fechamento percutâneo do canal arterial do prematuro
Introdução e/ou Fundamentos
O fechamento percutâneo do canal arterial (CA) no prematuro (PT) tem sido realizado recentemente com a prótese Piccolo, especialmente desenhada para tal finalidade e disponível no Brasil desde 11/2020. Os operadores que se propõe a fazer este tipo de procedimento devem passar por um treinamento on-line e serem tutorados por um operador mais experiente nos 3-5 primeiros casos. Esta estratégia, definida pelo próprio fabricante, parece aumentar o sucesso do procedimento e minimizar complicações. Objetivo: Avaliar os desfechos deste procedimento realizado por operadores iniciantes seguindo a estratégia acima.
Métodos
Métodos: Estudo de coorte observacional de PT submetidos a oclusão do CA de grande repercussão com a prótese Piccolo. A indicação do fechamento baseou-se em critérios clínicos e ecocardiográficos (Eco). O implante foi feito por via venosa, sem acesso arterial. A veia femoral foi puncionada com o ultra-som, não se utilizou heparina e CaCl2 foi administrado antes do implante. O diâmetro da prótese foi 1-2 mm maior que o maior diâmetro do CA no eco e o comprimento o menor possível a fim de evitar protrusão para aorta (Ao) e artéria pulmonar esquerda (APE). A adequação do implante antes da liberação foi definida principalmente pelo Eco. Um tutor supervisionou os casos.
Resultados e Conclusões
Resultados: Desde janeiro/2021, 21 PT de 750 gr a 2,5 kgs (mediana de 1,25 Kgs) foram submetidos ao implante em 5 centros. Um era portador de BAVT (filho de mãe lúpica). Dois apresentavam outras malformações e um Sd de Down. O PT de 750 gr encontrava-se em diálise peritoneal. O diâmetro médio do PCA foi 2,8 ± 0,5 mm e o comprimento de 7,2 ± 2,1 mm. A prótese de 2 mm de comprimento e 4-5 mm de diâmetro foi usada em 20 casos. Em todos a prótese foi posicionada adequadamente com oclusão imediata em 20. Um paciente permaneceu com mínimo fluxo residual na porção superior do dispositivo que desapareceu espontaneamente após 1 mês. Não houve complicações clínicas e o eco descartou derrames, lesões na válvula tricúspide e protrusões do Piccolo para a Ao ou APE. Houve melhora clínica rápida de todos os pacientes. Conclusões: Esta experiência confirma que a estratégia de treinamento prévio e implante sob tutela resulta em ótimos desfechos clínicos nesta desafiadora e frágil população submetida a fechamento percutâneo do CA. Esta estratégia deve ser endossada pela comunidade médica e reproduzida em casos futuros.
Área
Hemodinâmica e cardiologia intervencionista
Instituições
Hospital do Coração de Brasilia - Distrito Federal - Brasil, Hospital e Maternidade Santa Joana - São Paulo - Brasil, HUGOL - Goiás - Brasil, São Luiz Anália Franco - São Paulo - Brasil, São Luiz Itaim - São Paulo - Brasil
Autores
Carlos Augusto Cardoso Pedra, Carlos Augusto Cardoso Pedra, Rodrigo Nieckel da Costa, Rodrigo Nieckel da Costa, Salvador André Bavaresco Cristovão, Salvador André Bavaresco Cristovão, Marcelo Silva Ribeiro, Marcelo Silva Ribeiro, Mauricio Jaramillo, Mauricio Jaramillo, Paulo Calamita, Paulo Calamita, Jonathan Lombardi, Jonathan Lombardi, Wanda Teixeira Nascimento, Wanda Teixeira Nascimento