Dados do Trabalho
Título
A suplementação materna de ômega-3 é segura para o coração fetal? Um ensaio clínico randomizado
Introdução e/ou Fundamentos
Introdução: O ômega-3 (DHA) tem sido recomendado para o desenvolvimento adequado do feto na gestação. Por também ser uma substância altamente anti-inflamatória, semelhante aos polifenóis dietéticos, seus efeitos sobre o coração e a circulação fetais ainda são desconhecidos, e a segurança do seu uso na gestação não está estabelecida. O objetivo deste estudo foi o de verificar se a suplementação materna de ômega-3 é seguida de alteração da dinâmica do fluxo no ducto arterioso fetal no terceiro trimestre gestacional, através de um ensaio clínico randomizado por grupo, duplo-cego e controlado por placebo.
Métodos
Métodos: Através de um ensaio clínico randomizado por grupo, duplo-cego e controlado por placebo. Foram incluídas gestantes entre 27 e 28 semanas, sem diagnóstico de alterações cardíacas no ecocardiograma fetal . Foram excluídas as gestantes em uso de AINES e demais substâncias com possível ação anti-inflamatória. O grupo intervenção recebeu suplementação de 450mg de DHA/dia em cápsulas gastrorresistentes e foi comparado ao grupo placebo, após 8 semanas. Foram realizados em ambos os grupos Doppler- ecocardiograma fetal, avaliação do consumo de polifenóis e ômega-3 (DHA), assim como dosagem dos níveis séricos de prostaglandina. Os dados intergrupos e intragrupos foram avaliados.
Resultados e Conclusões
Resultados: O estudo finalizou com 24 gestantes em cada grupo. Após 8 semanas, os parâmetros ecocardiográficos do fluxo ductal e os níveis de prostaglandina em ambos os grupos não mostraram diferenças significativas (velocidade sistólica: p=0.59; velocidade diastólica: p=0.53; índice de pulsatilidade: (p=0.29; níveis séricos de prostaglandina: p=0.40), observando-se apenas as esperadas modificações na análise intragrupo pelo aumento da idade gestacional. Os resultados desse estudo sugerem que a suplementação do ômega-3 é segura no terço final da gestação, sem causar alteração na dinâmica do fluxo do DAF, nas doses utilizadas, apesar da sua potencial ação anti-inflamatória. Conclusão: A conclusão deste ensaio clínico randomizado é de que a suplementação materna de ômega-3 no terceiro trimestre da gestação é segura do ponto de vista cardiovascular fetal, por não causar inibição da prostaglandina E2 e não interferir na dinâmica do fluxo no canal arterial fetal, nas doses habitualmente recomendadas pelas diretrizes internacionais.
Palavras Chave
Ácidos Graxos Ômega-3, Constrição, Estresse Oxidativo, Canal arterial.
Área
Cardiologia fetal e neonatal
Autores
Paulo Zielinsky, Júlia Foresti, Débora Raupp, Daniela Babinski Guimarães, Kelly Zucatti, Vitória Gomez, Vitória Aragon, Izabele Vian