27º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

UNIFOCALIZAÇÃO DE ARTÉRIAS PULMONARES PÓS MANIPULAÇÃO DE CANAL ARTERIAL EM PACIENTE PORTADOR DE ATRESIA PULMONAR COM COMUNICAÇÃO INTERVENTRICULAR: RELATO DE CASO.

Introdução e/ou Fundamentos

A atresia pulmonar (AP) com comunicação interventricular (CIV) é um tipo raro de doença cardíaca congênita cianótica, sendo uma forma extrema de obstrução da via de saída do ventrículo direito. A apresentação clínica é bastante variável e depende da anatomia das artérias pulmonares, da presença e distribuição de colaterais sistêmico-pulmonares e presença ou ausência do canal arterial (CA). A avaliação anatômica pré-operatória detalhada, é decisiva na escolha do tratamento cirúrgico mais adequado. Das classificações propostas, a de Barbeiro-Maciel é a mais utilizada, sendo esta paciente tipo A. 

Relato do Caso

 Descrevemos um relato de caso de uma paciente com diagnóstico de AP por hipoplasia troncovalvar e estenose infundibulovalvar pulmonar importante, CIV subaórtica  e ramos pulmonares confluentes apresentando morfologia ductus dependente com estenose do segmento proximal da artéria pulmonar esquerda (APE), que apresentava afilamento na conexão com canal arterial. Foi admitida na UTI neonatal de serviço de referência em Natal-RN no sexto dia de vida em uso de alprostadil. Encaminhada a cirurgia para realização de shunt sistêmico-pulmonar para artéria pulmonar direita, ligadura do CA e ampliação da APE. Após ligadura do CA, devido à anatomia da APE, houve dificuldade técnica na manipulação, necessitando de desconexão da parte proximal e distal da APE, com ampliação com patch de pericárdio autólogo e consequente unifocalizacao do ramo pulmonar. Paciente recebida na UTI cardiopediátrica após cirurgia com tempo de circulação extracorpórea de 60 minutos, sem intercorrências no pós operatório (PO) imediato. No segundo dia de PO houve suspensão das drogas vasoativas, e no quarto dia extubação sem intercorrências. Os ecocardiogramas de controle realizados no PO  evidenciaram fluxo sistêmico-pulmonar adequado e ramos pulmonares confluentes com bom fluxo, mostrando, junto à clínica, boa evolução do quadro.

Conclusões

No caso da paciente em questão, foi observado grande dificuldade técnica na abordagem da APE, que resultou na necessidade de um manejo mais invasivo, sendo necessária uma unifocalização pós manipulação. Foi o único caso realizado em nosso serviço em que tal estratégia foi utilizada. Paciente apresentou boa evolução, entretanto há poucos casos relatados na literatura sobre esse tipo de procedimento cirúrgico após o clampeamento do CA.

Área

Relato de caso

Instituições

INCOR NATAL - Rio Grande do Norte - Brasil

Autores

Leticia Lopes da Costa , Luiz Eduardo Sarmento Furtado de Mendonça e Menezes , Raimundo Francisco de Amorim Junior , Marcelo Matos Cascudo , Melina Tertulino de Lima , Jose Madson Vidal da Costa , Catarina Silva de Souza Diógenes Paiva , Arthu Linniker Lopes de Oliveira, Melina Sarmento da Silveira Formiga Barros , Mayra Moreira