Dados do Trabalho
Título
Taquicardia ventricular catecolaminérgica com mutação do gene RYR2 com troca do nucleotídeo c.7433T>C em família com histórico familiar de síncope e morte súbita
Introdução e/ou Fundamentos
Introdução: Eventos súbitos na adolescência são sempre dramáticos e causam impacto na família e na sociedade. Nesta fase, muitos jovens iniciam a vida esportiva e a avaliação pré-participação ainda é falha em muitos locais de nosso país. Histórias recorrentes são subdiagnosticas e tragédias familiares ficam sem explicação devido à falta de compreensão do generalista sobre as causas de morte súbita sem cardiopatia estrutural. O diagnóstico de canalopatias muitas vezes depende da análise do ECG em suas diversas modalidades e na maioria dos casos medidas clínicas podem ser o suficiente para salvar vidas Objetivo: Descrever 2 casos de taquicardia ventricular catecolaminérgica (TVPC) em adolescentes primos em primeiro grau com intenso histórico de morte súbita familiar.
Relato do Caso
Descrição dos casos: Caso 1 - Paciente, 14 anos, sexo feminino, coração estruturalmente normal com síncope durante dança. Histórico familiar de morte súbita antes dos 40 anos (irmã, avô e 3 primos de primeiro grau). Todos os eventos relacionados ao estresse físico/emocional. Apresentava Holter e ECG de repouso normais. Teste ergométrico com episódios de taquicardia ventricular não sustentada polimórfica, no pico do esforço. Submetida a estudo genético, com mutação no gene RYR2. Introduzido nadolol, mantendo-se sem novos episódios de síncope e com TE sem taquicardia ventricular. Paciente segue assintomática em acompanhamento regular (hoje com 22 anos) e suspensa das atividades esportivas. Caso 2 - Paciente 18 anos, sexo feminino com síncope após estresse emocional. Possui história familiar de morte súbita (avó aos 30 anos, primo aos 14 anos e outro primo aos 17 anos). Possui prima com diagnóstico de taquicardia polimórfica catecolaminérgica com teste genético positivo para mutação no gene RYR2 com troca do nucleotídeo c.7433T>C. Teste ergométrico com EV frequentes polimórficas ao esforço. Recebe nadolol e evolui estável sem novos episódios de síncope. Teste ergométrico de controle não evidencia taquicardia ventricular.
Conclusões
Conclusão: 1) O diagnóstico de TVPC depende da anamnese, histórico familiar e da avaliação do ECG de esforço; 2) O uso de Nadolol ou Propranolol permite uma redução significativa do número de eventos quando associado à suspensão da atividade física; 3) Apesar da síncope ser um evento de prenuncio de morte a não repetição do evento após o tratamento associado à boa resposta ao Teste ergométrico promove maior segurança para o uso da terapia farmacológica isoladamente.
Área
Relato de caso
Instituições
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - São Paulo - Brasil
Autores
MARINA DRUMMOND MARQUES LEITÃO, ROGERIO BRAGA ANDALAFT, CLAUDIA DA SILVA FRAGATA, GABRIELA HINKELMAN BERBERT, ANDRESSA HILGEMBERG, BRUNO PEREIRA VALDIGEM, BIANCA PUJOL FREITAS DA SILVA, RICARDO GARBE HABIB, DALMO ANTONIO RIBEIRO MOREIRA