Dados do Trabalho
Título
Análise da Injúria Renal Aguda em Pacientes Submetidos à Cirurgia Cardíaca Pediátrica: Experiencia de um Centro Único.
Introdução e/ou Fundamentos
A injúria renal aguda (IRA) é uma complicação presente em 3% a 42% dos pacientes submetidos a cirurgia cardíaca pediátrica. IRA é um indicador de complicações no pós-operatório imediato e tardio, assim como um preditor independente de mortalidade e morbidade. È definida como uma diminuição abrupta da função renal e um dos métodos utilizados em seu diagnóstico é o “Acute Kidney Injury Network criteria” (critério AKIN), classificando-a de acordo com a elevação dos níveis de creatinina sérica (CrS) ou débito urinário. A IRA associada a cirurgia cardíaca pediátrica é um fenômeno ainda não compreendido totalmente, envolvendo fatores como tempo de anóxia intraoperatório, tempo de circulação extracorpórea (CEC), RACHS (risk adjustment in congenital heart sugery), sangramento intraoperatório e suporte inotrópico, assim como predisposições genéticas, gênero, idade e peso. Assim o objetivo é avaliar a incidência de IRA e seus desfechos em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca pediátrica por meio do critério AKIN em um centro único.
Métodos
Estudo observacional retrospectivo, foram extraídos dados de pacientes submetidos a cirurgia cardíaca pediátrica no período de 2014 a 2019. Coletou-se dados do perioperatório, creatinina de 24 horas no pós operatório e foram comparadas com os dados de pré-operatório em pacientes com cardiopatias congênitas com informações presentes no repositório ASSIST. A análise estatística foi realizada por Software IBM SPSS Statistics. Os resultados foram comparados entre o grupo com e sem IRA em relação aos dados demográficos (idade e peso), complexidade do procedimento pela escala de Aristotle Basic Score(ABS), tempo de CEC e anóxia, uso de drogas vasoativas (VIS score), lactato sérico, tempo de ventilação mecânica, tempo de UTI e mortalidade.
Resultados e Conclusões
Amostra composta por 514 pacientes, 10,7% apresentaram IRA pós-operatória sendo 2,3% no Akin1; 1,4% no Akin2 e 7% no Akin3. O grupo com IRA pós-operatória estava associado a maior tempo de CEC e anóxia, maior VIS score de drogas vasoativas e lactato sérico e complicações como aumento do tempo VM, tempo de UTI, e mortalidade (Tabela 1).Tabela 2 mostramos as diferenças entre os grupos quando relacionamos os pacientes com IRA e a taxa de mortalidade. O Odds Ratio de mortalidade de acordo com o grau de Akin foi AKIN1: 5.14; AKIN 2: 9.59 e AKIN 3: 8,99 (Tabela 3). Em nosso estudo, a incidência de IRA baseada no AKIN foi de 10,7% e está relacionada a complicações pós-operatórias e aumento de mortalidade.
Área
Terapia intensiva cardíaca pediátrica
Instituições
Incor- Instituto do Coração do Hospital das Clinicas HCFMUSP - São Paulo - Brasil
Autores
Renan da Silva Neves, Carla Tanamati , Aida Luiza Ribeiro Turquetto, Luciana PAtrick Amato, Luiz Fernando Caneo, Paula Vicenzi Gaiolla, Nana Miura Ikari, MArcelo Biscegli Jatene