Dados do Trabalho
Título
Estudo do Escore Técnico Cirúrgico (“Technical Perfomance Score”) na avaliação dos desfechos pós-operatórios após correção do Defeito do Septo Atrioventricular Total
Introdução e/ou Fundamentos
Lesões residuais em pós-operatório de correção do Defeito do Septo Átrio-Ventricular Total (DSAVT) são de ocorrência rotineira, porém o grau de lesão e seu impacto no pós-operatório permanecem incógnitos. Avaliar o desempenho técnico-cirúrgico na correção do Defeito do Septo Atrioventricular Total (DSAVT) utilizando o escore cirúrgico Technical Performance Score (TPS) e correlacionar com os desfechos pós-operatórios.
Métodos
Estudo retrospectivo as cirurgias consecutivas para correção de DSAVT no período de 2014 a 2022 em um único serviço de alto volume.Utilizado o TPS para classificação da cirurgia em 3 categorias: TPS 1 (ótimo), TPS 2 (adequado) e TPS 3 (inadequado). Utilizado o último ecocardiograma disponível antes da alta ou do óbito, além de demais critérios clínicos; excluídos pacientes com cirurgias associadas ou que não possuíssem exame pós-operatório. Análise descritiva e Teste de Kruskal-Wallis para comparação de variáveis pré, intra e pós-operatórias contínuas nos 3 grupos de classificação pelo TPS e Razão de Probabilidades para as categóricas. Dados apresentados em mediana e intervalo interquartílico e números absolutos e porcentagens. Utilizado o programa SPSS -IBM versão 23 considerando significância estatística quando p< 0,05.
Resultados e Conclusões
Estudados 184 pacientes com mediana de idade de 7 meses, sendo 57,1% do sexo feminino. A correção cirúrgica foi classificada como TPS 1 em 14% dos casos, 46% como TPS 2 e 40% como TPS 3. Os fatores que levaram as cirurgias a serem consideradas inadequadas se encontram resumidos na Figura 1. Cirurgias classificadas como TPS 3 demoraram mais em Circulação Extracorpórea , necessitaram mais suporte inotrópico e vasoativo, permanecendo mais tempo em ventilação mecânica e em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) (Figura 2). As complicações maiores no pós-operatório não teve diferença significativa entre os grupos (respectivamente 15,4%, 20% e 24,7%; p=0,5). No entanto, os pacientes com TPS 3 apresentaram mais intercorrências infeciosas comparados aos com TPS1 (0% x 13,7%; p= 0,04). A mortalidade hospitalar foi de 4% nos pacientes com TPS inadequado em comparação com 1% nos demais grupos. As cirurgias classificadas como inadequadas cursaram com maior tempo de CEC e mais complicações infeciosas, necessitaram mais suporte inotrópico e permaneceram mais tempo em ventilação mecânica e na UTI. A incidência de complicações pós-operatórias maiores e de óbitos não foi impactada de forma significativa nesta amostra.
Área
Terapia intensiva cardíaca pediátrica
Instituições
INCOR - Instituto do Coração do Hospital das Clinicas da Faculdade da FMUSP - São Paulo - Brasil
Autores
Marcos Leoni Silva Cardoso, Leonardo Augusto Miana, Aida Luiza Ribeiro Turquetto, Luciana Patrick Amato, Thamyres Siqueira Cruz, Natalia Fernandes, Luiz Fernando Caneo, Marcelo Biscegli Jatene