27º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

Avaliação dos resultados da Ventriculosseptoplastia através do Escore Técnico Cirúrgico (“Technical Perfomance Score”)

Introdução e/ou Fundamentos

Após a correção da comunicação interventricular (CIV) defeitos residuais podem passar desapercebidos. A real dimensão destas lesões residuais ainda é desconhecida.  Avaliar o desempenho técnico-cirúrgico após correção de CIV usando o Technical Performance Score (TPS) e seu impacto nos desfechos pós-operatórios. 

Métodos

Estudo retrospectivo, por meio da avaliação de prontuários eletrônicos dos pacientes submetidos consecutivamente à correção cirúrgica da CIV no período de 2014 a 2020 em um mesmo serviço. Foi utilizado o TPS para classificação do desempenho técnico cirúrgico em 3 categorias: TPS 1 (ótimo), TPS  2 (adequado) e TPS 3 (inadequado). Para classificação do TPS foi utilizado o último ecocardiograma disponível antes da alta ou do óbito, além de demais critérios clínicos. Foram excluídos pacientes com outras cardiopatias associadas ou que não possuíssem exame pós-operatório.Realizada análise descritiva e Teste de Kruskal-Wallis para comparação de variáveis pré, intra e pós-operatórias contínuas entre os 3 grupos de classificação pelo TPS e Razão de Probabilidades para as categóricas. Os dados serão apresentados em mediana e intervalo interquartílico e números absolutos e porcentagens. Utilizou-se o programa SPSS -IBM versão 23 considerando significância estatística quando p< 0,05. 

Resultados e Conclusões

Estudados 206 pacientes com mediana de idade de 10 meses, e peso 6.2 kg, sendo 53% do sexo feminino. A correção cirúrgica foi classificada como TPS 1 em 65% dos casos, 24% como TPS 2 e 11% como TPS 3, não havendo diferença com relação `a localização da CIV. Não houve diferença entre os grupos em relação as variáveis pré-operatórias. O tempo de Circulação Extracorpórea e clampeamento aórtico também não variou (Figura 1). Cirurgias classificadas como TPS ótimo permaneceram menos tempo em ventilação mecânicaTPS 1: 15h (7-55h) x TPS 2: 41h (17-93h) x TPS 3: 96h (20-190h); P<0,001) e tiveram menor estadia na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) (TPS classe 1: 4d (2-9d) x TPS classe  2: 8d (5-12d) x TPS classe 3: 12d (5-21d); P<0,001) (Figura 1). A incidência de complicações maiores no pós-operatório e de óbitos foi semelhante entre os grupos.  Em pós-operatório de Ventriculosseptoplastia as correções cirúrgicas classificadas como TPS classe 1 (ótimas) cursaram com menor tempo em ventilação mecânica e na UTI. A incidência de complicações pós-operatórias maiores e de óbitos não foi impactada pela presença de lesões residuais.

Área

Cirurgia cardíaca

Instituições

INCOR - Instituto do Coração do Hospital das Clinicas da Faculdade da FMUSP - São Paulo - Brasil - São Paulo - Brasil

Autores

Thamyres Siqueira Cruz, Leonardo Augusto Miana, Aida Luiza Ribeiro Turquetto, Luciana Patrick Amato, Marcos Leoni Silva Cardoso, Natalia Fernandes, Luiz Fernando Caneo, Marcelo Biscegli Jatene