Dados do Trabalho
Título
FÍSTULA CORONÁRIO CAVITÁRIA ANEURISMÁTICA COM EFEITO DE MASSA EM ADOLESCENTE.
Introdução e/ou Fundamentos
As anomalias das artérias coronárias resultam de distúrbios que ocorrem na 3º semana gestacional e possuem diversas etiologias. As fístulas coronárias tem incidência de aproximadamente 0,4% entre as cardiopatias congênitas. Quanto à origem anatômica, a grande maioria provém da artéria coronária direita (ACD), uma pequena porcentagem da artéria coronária esquerda (ACE), e raramente de ambas. O local de drenagem mais frequente são as câmaras direitas. A maioria dos casos são isolados, porém, cerca de 20% são associados a outras malformações cardíacas congênitas.
Relato do Caso
Paciente de 12 anos, masculino, iniciou aos 7 anos queixa de dispneia aos esforços, evoluindo com piora progressiva.Encaminhado ao serviço de referência e, na admissão, apresentava-se hemodinamicamente estável, com ritmo cardíaco regular, bulhas normofonéticas, sopro sistodiastólico, principalmente em foco aórtico, e ictus propulsivo. Ao eletrocardiograma, observado sobrecarga de câmaras esquerdas e distúrbio de repolarização ventricular. Visualizado ao ecocardiograma (ECO) câmara acessória póstero-lateral ao átrio e ventrículo direito (VD) com aparente comunicação com o ventrículo esquerda (VE), além de dilatação discreta de câmaras esquerdas, com função ventricular limítrofe e hipocinesia de parede septal. Valva aórtica trivalvular com insuficiência leve à moderada e dilatação aneurismática de seio coronário direito. Para complementar o diagnóstico realizado Angiotomografia de tórax que evidenciou dilatação aneurismática do seio coronário direito, A ACD aneurismática comunicava-se com o VE na região posterior do anel valvar mitral, e próxima à comunicação apresentava seu maior diâmetro - 65 mm, comprimido o seio coronário; e estudo hemodinâmico, confirmando o diagnóstico de fístula ACD-VE de alto débito com efeito de massa, e irrigação colateral no território da coronária afetada. Paciente foi submetido a correção cirúrgica, realizada arteriotomia do aneurisma acima da fístula, sendo identificado orifício de aproximadamente 7-8 mm, fechado com “patch” de pericárdio bovino, seguido de arteriorrafia do aneurisma, resultando na diminuição parcial do seu diâmetro. A evolução clínica foi favorável.
Conclusões
O caso relatado é considerado raro, pois se trata de uma fístula de ACD para o VE com diagnóstico tardio e evolução natural da patologia com aneurisma importante. Demonstramos a dificuldade de estabelecer um diagnóstico anatômico preciso apenas com o ecocardiograma e a evolução favorável após abordagem cirúrgica.
Área
Relato de caso
Instituições
Himaba - Espírito Santo - Brasil
Autores
Crislane Belisario Ambrozim, Kamila Pompermaier Pessimilio, Danielle Lopes Rocha, Rafael Aon Moyses, José Silva Henrique, Ariane Binoti Pacheco, André Silveira Loss, Leandro Batisti de Faria, Wallessa Pereira Mota, Gabriel Francisco Pena Vila Lima