27º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

TAQUICARDIA DE QRS LARGO NA INFANCIA. O QUE É E QUAL O MECANISMO ?

Introdução e/ou Fundamentos

Taquicardias de complexo QRS largo (TCL) são arritmias infrequentes na infância. A forma mais comum são taquicardias supraventriculares (TSV) com aberrância de condução ventricular numa incidência próxima à 0,2% e nestes casos devemos excluir a associação com cardiopatias congênitas e tumores cardíacos.

Relato do Caso

Escolar de 7 anos, deu entrada na emergência com relato de palpitação e dor em aperto com evolução de 12 horas. Nega histórico de doenças cardíacas ou qualquer outra queixa clínica até aquele momento. Apresentava estabilidade hemodinâmica e o  eletrocardiograma (ECG) com TCL, com intervalo RR regular, padrão de bloqueio de ramo direito (BRD) e frequência de 250 bpm. Utilizando os critérios de Brugada ao ECG de diferenciação entre taquicardia ventricular e TSV com condução aberrante, a hipótese diagnóstica foi taquicardia ventricular fascicular. Foi administrada a infusão de metoprolol EV por indisponibilidade de verapamil. Após cerca de 2 minutos da administração, houve alentecimento da taquicardia, com estreitamento do complexo QRS e aparecimento de ondas F de flutter atrial típico. Desta forma o diagnóstico final foi de flutter atrial típico com condução átrio-ventricular 1:1, sendo feita a infusão contínua de amiodarona venosa. Após 24h não havia reversão. Realizado o ecocardiograma que mostrou  forame oval patente, função ventricular preservada e ausência de trombos. Após insucesso da reversão farmacológica, foi indicada cardioversão elétrica (1 J/kg) com sucesso para ritmo sinusal. O ECG não apresentava padrão de pré-excitação ou sobrecargas cavitária. O paciente teve alta após 24h em uso de propranolol via oral. DISCUSSÃO Confrontamos um caso de um menino de 7 anos, sem passado de cardiopatias, apresentando-se com uma TCL com padrão de BRD, que, aos critérios de Brugada, houve suspeita inicial de taquicardia ventricular fascicular. Porém, após o inicio do tratamento com metoprolol, houve a redução da FC e o aparecimento de ondas F de flutter atrial típico caracterizando o caso como uma taquicardia supraventricular com condução aberrante. Este caso se trata de flutter atrial primário, não-congênito e sua resolução final foi através da cardioversão elétrica, considerado o tratamento de escolha. Faltam dados na literatura para estimar a recidiva da arritmia e a necessidade de uso em longo prazo de drogas antiarritmicas.

Conclusões

Os autores ressaltam que é fundamental o reconhecimento da taquicardia de QRS largo (TCL), para uma abordagem terapêutica rápida e eficiente.

Área

Relato de caso

Instituições

Hospital da Unimed de Volta Redonda - Rio de Janeiro - Brasil, Hospital Estadual Roberto Chabo - Rio de Janeiro - Brasil, Hospital Federal de Bonsucesso - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Rafael Pimentel Correia, Bruno Runsum Andrea, Eliane Lucas, Valeria Anselmo Ferreira, Carolina Simões Anjos, Carla Amat Nunes, Monica Rincon Castro