Dados do Trabalho
Título
Relato de caso: Divertículo ventricular esquerdo idiopático em recém nascido.
Introdução e/ou Fundamentos
Introdução: Divertículos congênitos ventriculares são entidades raras, geralmente de dignóstico tardio e associado a eventos arritmogênicos ou tromboembólicos. Em relação a anatomopatologia, normalmente têm topografia apical ventricular, e podem ser classificados em fibrosos ou musculares, sendo esses originados em ápice ventricular e constituídos por endocárdio e miocárdio e recobertos por pericárdio, e usualmente acompanhados de anormalidades congênitas de linha média (malformações pericárdicas, diafragmáticas ou de parede torácica) e cardiopatias congênitas cianosantes.
Relato do Caso
Relato do caso: Recém nascido a termo, nascido de parto cesárea, Apgar 7 e 8, com necessidade de reanimação com ventilação com pressão positiva devido à hipotonia e insaturação ao nascimento. Encaminhado à Unidade de Terapia Intensiva Neonatal sob oxigênio em incubadora. Ausência de estigmas sindrômicos. Ecocardiograma fetal com suspeita de aneurisma ventricular esquerdo. Evoluiu estável, sem necessidade de suporte ventilatório ou hemodinâmico já na primeira hora de internação. Submetido a ecocardiograma transtorácico, o qual confirmou diagnóstico de aneurisma ventricular esquerdo, de topografia apical, medindo 13 x 16,3 mm, sem sinais de compressão extrínseca ou imagens sugestivas de trombo e sem quaisquer outras malformações cardíacas congênitas associadas. Foram realizados também ultrassonografia transfontanelar, de abdome total e sistema renal, todos sem anormalidades. Após avaliação da equipe de cardiologia e cirurgia cardíaca pediátrica, foi iniciado ácido acetil-salicílico (AAS) e mantido sob monitorização, sem quaisquer eventos clínicos. Repetido ecocardiograma ao sétimo dia de vida, com manutenção do diagnóstico prévio, sem alterações em dimensões ou função ventricular, e sem visualização de trombos intracavitários. Premaneceu em observação intra-hopitalar até o décimo segundo dia de vida, mantendo-se assintomático em todo o período. Segue em acompanhamento ambulatorial, em uso de AAS, com reavaliações ecocardiográficas semestrais, persistindo sem alterações nas dimensões do diverertículo e função biventriculares, e sem evidência de trombos.
Conclusões
Conclusão: O diagnóstico de divertículos ventriculares é incomum, principalmente na faixa etária neonatal. Surpreende no caso em questão, não somente a raridade do diagnóstico, como a característica anatômica do divertículo e a ausência de associação com malformações intra e extracardíacas, além de sua evolução extremamente benigna.
Área
Relato de caso
Instituições
HOSPITAL SINHA RIBEIRAO PRETO - São Paulo - Brasil
Autores
MARIA FERNANDA FERRARI BALTHAZAR JACOB, HENRIQUE MASCIOLI FIORILLO, PATRICIA MARIA VALENTE PESSOA DE MELLO, RICARDO NILSSON SGARBIERI, TANIA APARECIDA BERNARDES PAGE, MEHDI MTAFI