Dados do Trabalho
Título
Cateterismo pré-cirurgia de Fontan e desfechos precoces na UTI
Introdução e/ou Fundamentos
O cateterismo cardíaco pré-cirurgia de Fontan (pré-F) tem importante papel no prognóstico dos desfechos no pós-operatório imediato (POi). A literatura demonstra que os achados no exame têm íntima relação com tempo de intubação, drenagem pleural e mediastinal prolongada, tempo de UTI e outras complicações. Obj: Comparar os achados do (pré-F) com os desfechos no POi de uma coorte de pacientes (pts) com algoritmo univentricular operados em uma instituição de referência em cardiopatias congênitas complexas.
Métodos
Estudo retrospectivo com análise de prontuários dos pts submetidos a cirurgia de Fontan que realizaram pré-F na mesma instituição. Foram coletados dados demográficos, medidas pressóricas e gasometrias para cálculos de fluxo e resistência, procedimentos adicionais realizados no laboratório de hemodinâmica. Tambem, os desfechos no POi Fontan – tempo de intubação, de UTI, drenagem pleural e mediastinal, quilotórax e óbito.
Resultados e Conclusões
Entre 2020-21 foram realizadas 43 cirurgias de Fontan. Dois pts foram excluídos por não terem pré-F na instituição. Dos 41 restantes, 73% tinham síndrome da hipoplasia de coração esquerdo (SHCE). A idade e peso médio foi de 44,7±16 meses e 15,0±3,9 kg. A média de pressão do Glenn foi 12,3±1,6 mmHg e a Pd2 do ventrículo principal foi 9,4±1,6 mmHg. O gradiente transpulmonar teve média de 2,9±1,6 mmHg levando a uma resistência pulmonar média de 1,2±0,8 wood/m2. Trinta e dois pacientes (78%) realizaram procedimento no pré-F, na sua maioria embolização de colaterais sistêmico-pulmonares (76%), angioplastia de artérias pulmonares e aortoplastias. No POi de Fontan, 19.5% apresentaram quilotórax com uma tendência maior (sem significância) naqueles com hipoplasia de ventrículo direito (36%x14%,p=0.1). Não houve relação entre as pressões e resistências com o tempo de ventilação mecânica, de UTI e de drenos mediastinal e pleural. Não houve complicação relacionada ao pré-F e ocorreu apenas um óbito em um paciente com SHCE no período pós-cirúrgico em toda a casuística. Conclusão: Na revisão da literatura não encontramos estudo nacional com N semelhante. Apesar de não encontrar significância estatística entre os dados encontrados no pré-F e os desfechos no POi acreditamos que a realização do exame tem importante função no desfecho imediato, visto que diversos procedimentos são realizados visando menor tempo cirúrgico e consequente melhor evolução imediata. Estudos com seguimento de médio e longo-prazo e maior N devem ser conduzidos para realização de análise mais adequada.
Área
Hemodinâmica e cardiologia intervencionista
Instituições
Hospital BP - São Paulo - São Paulo - Brasil
Autores
Ronan Antônio Fuziwara, Juliana Torres Pacheco, Salvador André Bavaresco Cristovão, Sônia Meiken, Rosângela Fitaroni, Gabriela Fuenmayor, Rodrigo Freire Bezerra, Beatriz Helena Furlanetto, Rodrigo Nieckel da Costa