27º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

Tumores cardíacos fetais: uma coorte histórica de 32 anos

Introdução e/ou Fundamentos

Os tumores intracardíacos fetais são achados pouco frequentes, tendo uma prevalência de 0,017 % a 0,028%.  Os tipos mais frequentes são os rabdomiomas (51-86%), os teratomas (20-25%), os fibromas (5-12%) e os hemangiomas (2,8-5%).  Neste estudo retrospectivo foi avaliada a prevalência dos tumores intracardíacos fetais em 32 anos em um serviço de referência.

Métodos

Foi realizado um estudo observacional retrospectivo, na Unidade de Cardiologia Fetal do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul, através de revisão de registros de todos os ecocardiogramas fetais realizados no periodo de 1990 a 2022. Em todos os fetos foi realizado ecocardiograma fetal com Doppler em cores utilizando análise sequencial segmentar. As variáveis demográficas analisadas foram a idade gestacional, idade materna, tipos de tumor, localização e complicações apresentadas durante a gestação.  

Resultados e Conclusões

Durante o período de estudo, foram realizadas 118.698 ecocardiogramas fetais, destes foram diagnosticados 43 fetos com tumores intracardiacos; demonstrando uma prevalência de 0,04% (IC95%). Em relação aos tipos de tumores intracardíacos, foram encontrados 38 fetos com rabdomioma (88,4%), três com teratoma (7%), um com fibroma (2,3%) e um com hemangioma (2,3%). Quanto à repercussão hemodinâmica encontramos 10 fetos (23,3%) que apresentavam pelo menos uma das seguintes alterações: 1 (2,5%) feto com extrassístoles supraventriculares isoladas, 1 (2,5%)  feto com obstrução de via de saída, 2 feto com derrame pleural e hidropisia, 1 (2,5%)  feto disfunção diastólica e derrame pleural e pericárdico, 1 (2,5%)  feto hipertrófica miocárdica, 1 (2,5%)  feto restrição mitral e tricúspide leve, 1 (2,5%)  feto com aorta pequena com fluxo anterógrado e insuficiência tricúspide e mitral moderadas e 2 (5,0%) feto com derrame pleural sem hidropisia.  Conclusão: Os tumores intracardíacos fetais são raros, com prevalência de 0,04% neste estudo. A ecocardiografia é uma ferramenta importante para o diagnóstico e acompanhamento, sendo importante o diagnóstico pré-natal que pode modificar a história natural desta doença.

Palavras Chave

Tumores cardíacos fetais, ecocardiograma fetal, estudo observacional retrospectivo.

Área

Cardiologia fetal e neonatal

Instituições

Instituto de Cardiologia do RS - Rio Grande do Sul - Brasil

Autores

Luiz Henrique Soares Nicoloso, Daniel Victor Arnez Camacho, Stephanie Schäfer, Elkys Barraza, Paulo Zielinsky