Dados do Trabalho
Título
Suspeita de recidiva de Sarcoma de Ewing em mediastino posterior durante avaliação cardio-oncológica de rotina
Introdução e/ou Fundamentos
O Sarcoma de Ewing é um tumor neuroectodermal primitivo periférico. Seu pico de incidência é entre 10 e 20 anos de idade e habitualmente tem acometimento inicial na periferia de ossos longos como fêmur, tíbia, fibula, úmero e ossos da pelve. O tumor de Ewing é considerado uma doença sistêmica, devido a taxa de reincidência de 80-90%, por isso seu tratamento deve combinar quimioterapia e radioterapia. Devido ao maior risco de cardiotoxicidade, pelo uso de altas doses de antraciclinas e radioterapia, esses pacientes fazem seguimento cardiológico regular para rastreio de disfunção cardíaca subclínica.
Relato do Caso
Paciente com diagnóstico de Sarcoma de Ewing em julho de 2020, após aparecimento de nódulo em couro cabeludo e em região mastóide. Durante estadiamento em agosto de 2020, foi feito diagnóstico de metástase pulmonar. Iniciada quimioterapia para Sarcoma de Ewing metastático, incluindo radioterapia em região craniana occipital, mastoidea (5000cGy) e em pulmão total (1800cGy). Durante quimioterapia de manutenção, em setembro de 2021, evidenciou-se recidiva pulmonar muito precoce em segmento basal posterior do lobo inferior esquerdo. Submetido à lobectomia inferior esquerda em outubro de 2021, com anátomo-patológico e imuno-histoquímica complementar, compatível com lesão metastática. Realizado tomografia de tórax de seguimento em novembro de 2021, que não mostrava lesões residuais. Em fevereiro de 2022, durante realização de avaliação cardio-oncológica, com ecocardiograma de rotina, foi evidenciado imagem hiperecogênica, arredondada, adjacente ao átrio esquerdo, medindo em torno de 59 x 45 mm, compatível com massa extra-cardíaca. Na ocasião, paciente com queixa de fraqueza e dor torácica. Comunicado equipe da oncologia, sendo então optado por realização de nova tomografia de tórax que mostrou formação expansiva, predominantemente heterogênea, com discreta restrição, em topografia de mediastino posterior, em contato com aorta descendente, medindo cerca de 60 x 52mm. Reiniciado quimioterapia com protocolo alternativo (ciclofosfamida e topotecan).
Conclusões
Este caso visa mostrar a importância do acompanhamento cardio-oncológico frequente, com ecocardiograma, não apenas para rastreio de disfunção miocárdica subclínica, mas também como adjuvante nas demais complicações cardiovasculares e oncológica, tal como a suspeita diagnóstica precoce de lesões metastáticas.
Área
Relato de caso
Instituições
IOP / GRAACC / Unifesp - São Paulo - Brasil
Autores
Allana Andrade Lobo, Bruna Clemenc Esteves Cezar, Thaiza Rodrigues Noronha, Carla Renata Pacheco Donato Macedo, Raíssa Calabria Cavalcanti Gomes Queiroz, Ana Flávia Marcelino Riccetto, Claudia Cosentino Gallafrio