27º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

COARCTAÇÃO CRÍTICA DEPENDENTE DE CANAL COM DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO EM PACIENTE ADULTO

Introdução e/ou Fundamentos

A coarctação de aorta (CoA) é uma cardiopatia congênita com incidência aproximada de 1 a cada 2.500 nascidos vivos. Um subtipo grave da CoA é a crítica dependente de canal, com alta taxa de morbimortalidade. A CoA crítica é o tipo de coarctação que apresenta sintomas graves no decorrer dos dois primeiros meses de vida, sendo rara a sobrevida sem o tratamento a partir desse momento. 

Relato do Caso

Paciente de 43 anos, sexo masculino, completamente assintomático, realizou consulta de rotina aos 23 anos onde foi aferida a pressão arterial em membro superior direito, tendo como resultado pressão arterial sistêmica de 180/120 mmHg. Foi iniciada a investigação cardiovascular, por meio de ecocardiograma, angiotomografia de vasos da base e cateterismo cardíaco, mediante os quais concluiu-se o diagnóstico de cardiopatia, do tipo coarctação crítica de aorta dependente de canal arterial. Atualmente, aos 43 anos, foi internado para ser submetido à angioplastia por cateter com inserção de stent na aorta. No momento da última consulta, os dados do exame físico eram: sopro sistólico ++ em foco aórtico audível de forma irradiada no dorso em região interescapular; pressão arterial em membro superior direito de 180/120mmHg e membros inferiores com pulsos não palpáveis, em uso de Atenolol, Valsartana e Hidroclorotiazida. O ecocardiograma inicial demonstrou estreitamento em artéria aorta descendente de 9mm, discreto aumento do ventrículo esquerdo (VE), Fração de Ejeção de 74% e pressão sistólica do ventrículo direito de 28mmHg. Na angiotomografia pré-cateterismo, foi observada ampla rede de circulação colateral na artéria aorta descendente, CoA crítica com 2mm de diâmetro e o VE com dilatação. No cateterismo terapêutico, foi observado um VE com hipocinesia difusa e interrupção da aorta com presença de circulação colateral. Foi realizada inserção de stent no local de estreitamento, convertendo o lúmen da CoA de 1mm para 14 mm. O ecocardiograma pós-angioplastia demonstrou stent bem posicionado, Fração de Ejeção: 52%.

Conclusões

Foi observado, portanto, que as cardiopatias congênitas críticas, como a CoA, podem passar despercebidas durante a triagem neonatal, sendo postergado o diagnóstico, o que pode ser fatal para um recém-nascido. Apesar disso, o diagnóstico e a conduta correta, mesmo na vida adulta, podem garantir melhora nas condições de vida do paciente acometido.

Área

Relato de caso

Instituições

Centro Universitário do Estado do Pará (CESUPA) - Pará - Brasil, Centro Universitário Metropolitano da Amazônia (UNIFAMAZ) - Pará - Brasil, Universidade do Estado do Pará (UEPA) - Pará - Brasil, Universidade Federal do Pará (UFPA) - Pará - Brasil

Autores

Sarah Jennyfer Lima Lopes, Ana Carolina de Sousa, Maria Eduarda Dantas da Veiga , Patricia Vastres Vieira da Silva, Pedro Arthur Rodrigues de Oliveira, Rogerio dos Anjos Miranda, Jessica Lorena Alves