27º Congresso Brasileiro de Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular Pediátrica

Dados do Trabalho


Título

Relato de Caso: Fechamento percutâneo de Comunicação Interatrial por via transhepática

Introdução e/ou Fundamentos

A comunicação interatrial (CIA) é um dos defeitos cardíacos congênitos mais comuns, muitos dos quais exigem fechamento. Existem três tipos de CIA: CIA ostium secundum (CIA OS), CIA tipo seio venoso e CIA ostium primum. O fechamento percutâneo de CIA OS é o tratamento padrão-ouro para esta doença. A prótese Amplatzer é a mais utilizada atualmente, pela facilidade de manuseio e pela possibilidade de sua retirada após liberação. O procedimento tem sido realizado por punção da veia femoral. Entretanto, nem sempre essa via pode ser utilizada, devido obstrução da veia cava inferior (VCI) ou de sua ausência congênita, o que demanda outras alternativas.

Relato do Caso

  Paciente de 9 anos, sexo feminino, com diagnóstico de CIA OS de 10 mm com dilatação leve de cavidades direitas, acompanha em ambulatório de cardiologia pediátrica com programação de fechamento percutâneo da CIA. Paciente portadora de síndrome genética a esclarecer, baixo peso. Em uso de captopril 1 mg/kg/dia, furosemida 1 mg/kg/dia. Encaminhada para cateterismo cardíaco para fechamento percutâneo de CIA. Realizada punção femoral, evidenciada a ausência da VCI. Tentativa de punção jugular realizada sem sucesso. Optado por punção transhepática guiada por ultrassom, realizada sem intercorrências. Procedimento também guiado por Ecocardiografia transesofágica com liberação da prótese de Amplatzer 13mm no defeito interatrial e, após a liberação, verificada diminuição progressiva do fluxo através da CIA. Após 24 horas do procedimento, realizada ECOTT, com prótese de Amplatzer bem posicionada e ausência de fluxo através da CIA. Recebeu alta hospitalar com orientações gerais, iniciado Ácido Acetil Salicílico 5 mg/kg/dia e optado por suspender outras medicações, encaminhada para acompanhamento ambulatorial.

Conclusões

O acesso transhepático para fechamento de CIA pode ser estabelecido de forma eficiente em crianças com veia cava inferior comprometida ou ausente. O sucesso do procedimento está relacionado à uma técnica bem realizada, hemostasia bem feita e a colaboração de um radiologista intervencionista experiente.

Área

Relato de caso

Instituições

Universidade Federal de São Paulo - São Paulo - Brasil

Autores

Veronica Guillen Cadima, Juliana Taguchi, Yan Sasaki, Rebeca Bravo Araujo, Leila Araujo, Thaiza Noronha, Celia Camelo Silva